
Mais vale pedir desculpa por fazer, do que por não fazer
Estes exemplos são perfeitos de filosofias empresariais que abraçam a falha e o erro. Arriscaram, falharam, aprenderam, voltaram melhores. No meu entender, é sempre preferível.
“Todas as empresas precisam de gente que erra, que não tem medo de errar e que aprende com o erro”, Bill Gates
Muito se tem falado sobre o suporte ao “erro” nas organizações – ou a falta dele – principalmente nas grandes empresas. Vivemos ainda com o estigma do sucesso estéril e imaculado mas todos sabemos que isso não existe.
Associa-se muito a cultura da valorização do erro a startups. Na realidade, construir um negócio de sucesso não é uma jornada fácil e durante a fase de desenvolvimento, grande parte das startups acabam falhando ou até mesmo morrendo. Mas neste ecossistema encara-se o erro como uma sequência para o sucesso – valoriza-se cada falha porque significa que há menos um passo para alcançar o objetivo final. Por meio desses obstáculos, é possível calcular os riscos e olhar para o negócio da maneira certa, sem insistir em algo que não faz sentido. Esta filosofia, na realidade, é seguida também por grandes empresas. A grande diferença é que por questões reputacionais, normalmente, não se faz grande alarido do que corre menos bem.
Vejam-se de seguida alguns erros na área do marketing cometidos por profissionais/equipas de marketing, que trabalhando em empresas que dão espaço e seguem a filosofia tentativa/erro, deram alguns passos duvidosos, aprendendo sempre com a lição. Todas estas marcas ficaram mais fortes depois destas experiências.
Os meus casos favoritos de erros, de tão flagrantes:
Top 5
- Comidas congeladas da marca Colgate – 1982, a equipa de marketing queria entrar no mercado de food e alguém se lembrou que manter a marca podia resultar; testaram e avançaram. A marca já era tão forte na higiene oral que descredibilizou totalmente esta nova linha de produtos, motivo pela qual foi rapidamente descontinuada.
- Perfume Bic – 1989, a marca Bic decidiu lançar um produto completamente fora do seu scope de atuação – perfume. As pessoas não ficaram impressionadas e nunca aderiram. Os perfumes foram removidos do mercado ao fim de um ano, com um prejuízo de 11 milhões de dólares.
- Pizza do McDonald’s – 1990, mais um caso out of the box. Na tentativa de aumentar os clientes no horário noturno, a McDonald’s lançou nos Estados Unidos um cardápio dedicado a esse período que incluía pizzas. Não resultou mesmo. Além de desvirtuar a marca, a pizza leva muito mais tempo a fazer o que desagradou os consumidores habituados com a rapidez do serviço fast food.
- Iogurte Cosmopolitan – 1999, a revista Cosmopolitan decidiu entrar no mercado da alimentação! Tiveram a ideia de iniciar o processo com o lançamento de iogurtes porque, segundo a sua pesquisa, era um dos produtos que mais agradava o seu target principal. No entanto, as pessoas não conseguiram relacionar a revista com o iogurte, acabando por ser retirado do mercado ao fim de ano e meio.
- Batom do cieiro, Cheetos – 2005, alguém na PepsiCo decidiu que era uma excelente ideia lançar um batom com sabor a Cheetos (aqueles aperitivos de milho com sabor a queijo). Não faço ideia como isto viu a luz do dia mas foi mesmo lançado e, claro, durou muito pouco.
Estes exemplos são perfeitos de filosofias empresariais que abraçam a falha e o erro. Arriscaram, falharam, aprenderam, voltaram melhores. No meu entender, é sempre preferível pedir desculpa por ter feito do que deixar por fazer, não concordam?
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