Não há boas campanhas sem boas agências. E sem bons clientes
Não discutindo quem é mais importante no processo, se há coisa que aprendi na carreira, feita entre agências e clientes, é que não se fazem boas campanhas sem uma boa agência e sem um bom cliente.
Todos os que trabalham no setor do marketing e comunicação sabem que fazer bom trabalho é difícil.
Primeiro porque não há fórmulas e o marketing não é matemática, embora os dados e as métricas desempenhem um papel fundamental atualmente; depois porque o grau de imprevisibilidade do impacto do que fazemos é muito grande, para o bom e para o mau; e por fim porque o consumidor já percebeu o truque há muito tempo e não vai em conversas facilmente – a fronteira entre o que fazemos ser conteúdo ou comércio é muito curta.
Para além disto, há uma outra questão difícil e que é fundamental: todos têm que fazer bem o seu trabalho – agências e clientes – se não, não vai funcionar. E não falo de aprovar campanhas com facilidade ou entregar propostas no dia a seguir ao pedido.
Se as agências precisam ser criativas, diferentes, inovadoras e ao mesmo tempo relevantes naquilo que propõem, o que é extremamente difícil, o desafio para os marketeers também não é fácil.
As marcas e os produtos precisam que os seus problemas ou desafios sejam bem identificados e é normal avançar para soluções (até execuções) ou ao alinhamento pelo mercado (fazer o que a concorrência faz) sem antes analisarmos bem a questão que temos pela frente.
Um problema bem identificado ou um desafio claro podem ser fundamentais na criação de uma boa resposta e é por isso que encontrar aquilo que é para dizer ou o assunto que justifica o existir de uma campanha por parte do clientes é tão importante no processo. É difícil, demora, normalmente tem muitos dados e na maior parte das vezes nem sequer é divertido (ou criativo). Mas é fundamental.
Acredito também que, se a isto juntarmos ambição de fazer bom trabalho e o respeito pelo espaço de cada um – cliente = negócio; agência = criatividade –, a probabilidade de produzir boas campanhas aumenta bastante.
No imediato, eu continuaria a perder tempo com os diagnósticos, sejam eles para produtos, institucional ou desafios de negócio. Acho que vale a pena ser bom cliente.
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