Carteiras e malas, a nova vida das lonas publicitárias pelas mãos da ACIP de Famalicão
Projeto de economia circular do Espaço Guimarães, com vertente solidária, transforma lonas publicitárias em bolsas unissexo pelas mãos de utentes da Associação de Intervenção Psicossocial.
O reaproveitamento e transformação de antigas lonas publicitárias em malas e carteiras é o objetivo do projeto Corações sem Barreiras, em Guimarães, combatendo o desperdício e a poluição ambiental. São mais de 1.100 metros quadrados de lonas que acabariam desperdiçadas no aterro e que, agora, servem de pontapé de saída para a implementação da economia circular com vertente solidária.
A iniciativa faz parte da estratégia do centro comercial Espaço Guimarães, gerido pela Klépierre – proprietária de mais de 100 centros comerciais na Europa – com vista ao desenvolvimento de ações que “tenham forte impacto no meio ambiente e na comunidade, aliando, assim, responsabilidade social e ambiental”, sublinha o centro comercial.
Estas lonas faziam parte da comunicação publicitária do centro comercial e foram oferecidas à Associação de Intervenção Psicossocial (ACIP) de Joane, Vila Nova Famalicão, para os utentes portadores de deficiência e incapacidade transformarem em malas e carteiras unissexo. Ao dar uma nova vida aos materiais que seriam descartados, a associação também contribui para a redução do desperdício. A venda das bolsas, entre quatro a cinco euros cada, reverte depois a favor da ACIP para patrocinar uma viagem aos utentes e adquirir equipamentos para melhorar a qualidade de vida.
Segundo o Espaço Guimarães, “o principal material utilizado para confeção de banners e lonas publicitárias é a lona vinílica, um material que é composto por policloreto de vinila (PVC) e pode mesmo demorar centenas de anos a decompor-se”.
Ainda de acordo com o espaço comercial, “são produzidos todos os anos 1,2 milhões de banners/lonas e vão para os aterros sanitários cerca de 550 toneladas de gráficos em PVC devido ao principal composto que não é reciclável”. As lonas publicitárias causam, assim, um “elevado impacto ambiental uma vez que a sua matéria-prima é extremamente agressiva”, alerta, acrescentando que este material é enviado para os aterros sanitários sem nenhuma separação ou aproveitamento.
“A presença das lonas nos aterros interfere o processo de decomposição da matéria orgânica devido à formação de camadas impermeáveis que dificultam as trocas gasosas, importantes para as reações de oxidação”, conclui.
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