Metro do Porto atira concurso da Linha Rubi para maio e evita deserto de candidatos
Empresa admite adiar lançamento do concurso por dois meses para evitar que faltem candidatos. Obra vai custar mais do que os 299 milhões de euros inicialmente previstos mas ainda não há valor fechado.
O presidente da Metro do Porto, Tiago Braga, disse na quarta-feira que a empresa poderá lançar o concurso público da Linha Rubi em maio para evitar que fique deserto, enquanto ainda ultima os preparativos do procedimento e do projeto.
“Não temos o dia, será anunciado muito brevemente. Mas eu reafirmo que [será] no final de abril, início de maio… nós estamos a ultimar aquilo que já tive oportunidade de dizer. Estamos na fase de revisão do projeto”, disse à Lusa Tiago Braga, numa visita às obras da extensão da Linha Amarela, entre Santo Ovídio e Vila d’Este, em Vila Nova de Gaia.
Segundo Tiago Braga, “um projeto da magnitude da Linha Rubi, que envolve uma ponte, dois viadutos muito significativos, três quilómetros de túnel, estações à superfície e enterradas” implica cuidados quanto ao procedimento concursal.
“Não queremos correr o risco de lançarmos o concurso e do concurso ficar deserto, como tem acontecido um pouco por todo o lado”, disse à Lusa o responsável da Metro do Porto.
Em Gaia, as estações previstas para a Linha Rubi são Santo Ovídio, Soares dos Reis, Devesas, Rotunda, Candal e Arrábida, e no Porto Campo Alegre e Casa da Música, estando prevista a construção de uma nova ponte sobre o rio Douro.
Segundo o responsável, a revisão está “na fase final de preparação das peças do concurso”, mais concretamente no projeto de execução “quer da linha quer da ponte”, reconhecendo que “está a demorar um pouco mais” do que o inicialmente previsto (17 de março ou o final daquele mês).
“Provavelmente, se calhar, damos menos tempo, ou [podemos] manter o tempo e poder arrastar um bocadinho, um ou dois meses, o início da obra, mas com a certeza absoluta que não damos passos em falso, porque isso era o pior que nos podia acontecer”, disse hoje à Lusa Tiago Braga.
Quanto à componente de revisão do projeto em termos de preço, inicialmente calculado em 299 milhões de euros (financiados a fundo perdido pelo Plano de Recuperação e Resiliência) Tiago Braga não quis adiantar nenhum valor à Lusa.
Questionado sobre se o mesmo poderia rondar os 100 milhões de euros, o responsável da Metro respondeu que, com “o número dos 100 é fácil de fazer a conta, porque toda a gente fala que a revisão de preços são 30%”.
“Esse é um número que quando se fala aparece sempre. Não lhe quero dizer se são 100 milhões, se são 95 ou se são 105. Em termos de ordem de grandeza, não estamos a falar num projeto que, de repente, passa para os 500 ou 600 milhões. Não é nada disso”, assegurou o presidente da Metro do Porto.
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