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Influencer marketing cresce 50% em três anos, revela estudo

Rafael Ascensão,

Mais de 60% das marcas planeiam aumentar o investimento em influencers, tendo em conta que "os anunciantes os veem como uma muito boa opção para atingirem as suas audiências de forma mais autêntica".

O mercado das indústrias criativas encontra-se a crescer globalmente. O influencer marketing, entre 2018 e 2021, apresenta mesmo um crescimento de 50%, com 85% dos diretores de marketing a considerarem a criatividade como um elemento-chave para o crescimento do negócio. Anualmente, a despesa em criatividade também está a crescer mais rapidamente do que os gastos com os media (6% e 5%, respetivamente, entre 2018 e 2021).

Estas são algumas conclusões do Open Creative Project, um novo projeto da Google, em parceria com a Contagious, Benedict Evans, Bain & Company e outras 25 entidades que atuam nas indústrias criativas, que visa “descobrir as disrupções de maior relevância neste setor, analisar o impacto que as mesmas vão ter e promover o diálogo sobre o futuro do indústria”, explica-se em nota de imprensa.

Segundo as análises feitas em prol do projeto, mais de 60% das marcas planeiam aumentar o seu investimento em influencers, tendo em conta que “os anunciantes os veem como uma muito boa opção para atingirem as suas audiências de forma mais autêntica“.

“A pandemia e a consequente aceleração digital mudaram a nossa forma de pensar e trabalhar: gamers, cozinheiros, cientistas e inúmeros profissionais intensificaram a sua contribuição para o pensamento criativo global, confundindo as fronteiras entre conteúdo e publicidade. A cocriação e o imediatismo abriram uma interação única na qual os consumidores não são apenas recetores, mas também criadores e participantes ativos“, diz Francisco Auñón, manager da Bain & Company em Madrid, citado em comunicado.

O Open Creative Projec revela ainda que as tecnologias publicitárias de terceiros que suportam a criatividade – entre gestão de ativos digitais, otimização dinâmica da criação, atribuição de publicidade, aplicações de criatividade e plataformas de marketing de influencerscresceram entre 10% e 30% de 2020 a 2021.

“Os criadores e criativos são os verdadeiros donos deste processo para simplificar o seu trabalho; não é uma competição, é uma extensão da eficácia gerida pelo capital humano”, acrescenta o relatório.

Segundo Alberto Requena, partner da Bain & Company em Madrid, “as ferramentas de inteligência artificial vão tornar a indústria criativa mais eficiente, criando um maior número de conceitos em menos tempo. Porém, o papel do pensamento criativo e humano é a chave para gerar os ‘prompts’ adequados, captando as nuances das emoções humanas, da cultura e outros fatores que influenciam o comportamento do consumidor”.

As empresas estão também a investir crescentemente nas suas próprias capacidades internas (“in-house agencies”), destacando o projeto que cerca de 50% das equipas “in-house” foram criadas nos últimos cinco anos.

Por outro lado, cerca de 40% das empresas ainda não medem a eficácia dos criativos nas suas campanhas de marketing, sendo que “cada vez mais os anunciantes entendem a necessidade de medir a eficácia dos seus criativos, mas esta mudança de mentalidades está a demorar algum tempo. A automatização tem um papel de desenvolvimento significativo em facilitar e acelerar os modelos de medição”, explica-se em nota de imprensa.

“As pessoas têm o interesse e as ferramentas para partilhar, questionar e debater as mensagens das marcas, numa era de crescente transparência. Começamos já a ver as marcas abertas a integrar nas suas equipas e estratégias um ecossistema variado de partners, criadores, cientistas, cientistas de dados, artistas, agências e especialistas”, diz Mariana Hernández Delfino, head of creative works da Google em Espanha, citada em comunicado.

Segundo a mesma, “preveem-se dinâmicas disruptivas que vão transformar a indústria criativa tanto ou mais do que as experimentadas pelas indústrias da música e da Internet“.

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