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Inovação e comunicação mais associadas às marcas de fabricantes

Rafael Ascensão,

A generalidade dos consumidores portugueses alterna entre marcas de fabricantes e marcas próprias, mas esta alternância é mais expressiva (83%) nos produtos produtos alimentares.

As marcas de fabricante (MDF) são mais associadas pelos consumidores portugueses quanto à inovação no lançamento de novos produtos e quanto à comunicação fora das lojas do que as marcas dos distribuidores (MDD), com 40% dos portugueses a indicar que associam esses dois fatores mais fortemente às MDF do que às marcas próprias dos distribuidores.

Estas são algumas das conclusões do estudo realizado pela Marktest para a Centromarca (Associação Portuguesa de Empresas de Produtos de Marca) que refere também que, quanto à relação qualidade/preço, a percentagem de consumidores que mais associam esse fator às marcas de fabricantes é de 37%. Por outro lado, praticamente metade dos portugueses (49%) associa preferencialmente as MDD ao fator preço.

Já no que diz respeito aos fatores de utilização de embalagens amigas do ambiente e de responsabilidade social, os consumidores portugueses percecionam as MDF (82%) e MDD (81%) ao mesmo nível.

“É em temas como a sustentabilidade ambiental e a responsabilidade social, que estão tão na ordem do dia e aos quais as novas gerações estão tão atentas, que os consumidores não percecionam diferenças entre os dois tipos de marcas, pelo que aqui existe seguramente um caminho a explorar”, afirma Patrícia Alves, diretora-adjunta da área de Estudos Setoriais da Marktest, citada em comunicado.

Embora a generalidade dos consumidores alterne entre os dois tipos de marcas, esta alternância é mais expressiva nos produtos alimentares, com 83% dos inquiridos a dizer variar entre MDF e MDD.

A fidelização às MDF é mais notória no que diz respeito a bebidas (não alcoólicas), com 31% dos consumidores a optarem apenas pelas marcas de fabricante. Já quanto a laticínios ou produtos de higiene para o lar as percentagens de consumidores que optam fielmente pelas marcas de fabricante são mais reduzidas: 25% e 24%, respetivamente.

Entre a quase totalidade das categorias analisadas, é na zona da Grande Lisboa que se verifica uma perceção mais representativa de uma maior exclusividade de produtos MDF. A exceção recai sobre a categoria de produtos alimentares, onde o primeiro lugar é ocupado pela região do Interior Norte.

Segundo o estudo, para o qual foram realizadas 601 entrevistas, a perceção de uma maior exclusividade de produtos de marca de fabricante é mais evidente entre os consumidores com idades mais avançadas (65/74 anos), seguidos pelos portugueses da faixa de 55/64 anos nas categorias de produtos alimentares, bebidas não alcoólicas e higiene do lar.

Embora considere como “natural” que o consumidor reaja à crise através da compra de produtos de menor preço (marcas dos supermercados), Pedro Pimentel, diretor-geral da Centromarca, afirma que o estudo “mostra que os portugueses continuam a ver as marcas de fabricante como tendo, mesmo no contexto atual, uma relação qualidade/preço razoavelmente atrativa e maior capacidade de inovar“.

É importante que as marcas se posicionem para um contexto pós-inflação, renovem os seus portefólios e continuem a surpreender, para fortalecerem a sua relação com os consumidores, reforçarem a sua confiança e conquistarem a ampla faixa daqueles que se posicionam de forma equidistante entre os dois tipos de marcas”, acrescenta.

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