Santa Maria da Feira volta à Idade Média com orçamento de dois milhões

A Viagem Medieval em Terras de Santa Maria da Feira, que é a maior recriação histórica em território europeu, está de volta à cidade de 2 a 13 de agosto. Ao longo de 12 dias são esperados mais de 700 mil visitantes no evento que representa um investimento de 1,9 milhões de euros por parte da autarquia.

O presidente da Câmara Municipal de Santa Maria da Feira, Emídio Sousa, diz ao ECO/Local Online que o evento gera um “impacto económico elevado não só para a cidade, mas para a região Norte, com os hotéis e restaurantes completamente lotados”. O município estima que a iniciativa vai gerar um retorno económico direto para a cidade superior a 40 milhões de euros.

“Em 2017 fizemos um estudo do impacto económico local e já se falava em dez milhões de euros, mas tenho a certeza que hoje estaremos a falar de 40 ou 50 milhões de euros. Não estamos a falar de um impacto local, mas sim regional”, destaca o presidente da autarquia.

Para Emídio Sousa, a Viagem Medieval em Terras de Santa Maria da Feira “já é património nacional” até porque na ótica do presidente “recria a história de Portugal de uma forma fidedigna”. O autarca acrescenta, por outro lado, que a “despesa de cultura não é um custo, mas sim um investimento“. “Santa Maria da Feira tem beneficiado muito deste ambiente criativo que a cultura trouxe à cidade”, tendo o “investimento em cultura [transformado] Santa Maria da Feira num espaço de inovação e criatividade”.

Durante quase duas semanas, o centro histórico de Santa Maria da Feira vai recuar até à Idade Média para uma viagem alusiva ao reinado de D. João I, Mestre de Avis. Um dos pontos altos do evento, que já vai na 26ª edição, é a recriação da Batalha de Aljubarrota, um espetáculo que envolve 120 pessoas. O evento, que ocupa 33 hectares do centro da Feira, conta com 2.200 pessoas a trabalhar diariamente. Entre eles, 358 voluntários dos 16 aos 80 anos.

A despesa de cultura não é um custo, mas sim um investimento. Santa Maria da Feira tem beneficiado muito deste ambiente criativo que a cultura trouxe à cidade. O investimento em cultura transformou a cidade num espaço de inovação e criatividade.

As portas do recinto abrem às 12h30 e estão previstos 103 espetáculos diários, 16 áreas temáticas e cinco praças de animação. A história de Artur, as Bodas Reais, Floresta Mágica, Grito das Bailias, no Reino do Fogo e Cortejos são alguns dos espetáculos a que os visitantes podem assistir. Oito anos depois, os torneios medievais estão de regresso com três espetáculos diários nas margens do rio Cáster.

Tanto os trajes como a gastronomia são alusivos à época. Os visitantes podem deliciar-se com sandes de porco no espeto ou pão com chouriço, acompanhados da sangria tinta, branca ou de frutos vermelhos. Para adoçar a boca, os visitantes podem encontrar frutos secos caramelizados, bolos típicos, crepes artesanais, entre muitas outras iguarias. O evento conta com 22 tabernas e restaurantes e 56 bancas de mercado.

A pulseira para os 12 dias tem o valor de dez euros e o bilhete diário custa quatro euros, de segunda a quinta-feira, e cinco euros entre sexta-feira e domingo. A autarquia nortenha realça que os “valores de acesso ao recinto se mantêm inalterados em relação à edição de 2022”. O presidente da autarquia diz que quer “tornar o evento, cada vez mais, uma referência nacional”.

Pela primeira vez em 26 edições, a Viagem Medieval apresenta um espetáculo de videomapping, nas muralhas do Castelo da Feira intitulado de “Para lá das Muralhas”. Em dez minutos contará a história desse monumento, do território em que ele se insere e do país que representa.

A Viagem Medieval em Terras de Santa Maria da Feira já angariou vários prémios e distinções ao longo dos anos. A recriação histórica voltou a ser distinguida pelos portugueses como um evento “Cinco Estrelas Regiões em 2022 e 2023. Este galardão vem juntar-se a vários prémios nacionais e internacionais já arrecadados pelo evento, como o 1º Prémio “Melhor Evento Cultural promovido pela Eventoplus (Espanha, 2017), 1º Prémio “Best Cultural Event” e 2º Prémio “Grand Prix Best Event Eventex” da Global Eventex Awards (Irlanda, 2017), entre outros.