“Esforço financeiro” na JMJ “não se compara com outros investimentos” do Estado, diz Costa
Em resposta às críticas sobre os gastos públicos na Jornada Mundial da Juventude (JMJ), António Costa lembrou os benefícios para o país e a despesa anual de 15 mil milhões de euros com o SNS.
“Aquilo que foi o esforço financeiro — que foi grande — dos municípios e do Estado para a realização da Jornada Mundial da Juventude (JMJ) não se compara com os outros investimentos do Estado e dos municípios noutras necessidades“, frisou esta segunda-feira o primeiro-ministro durante uma visita ao Parque Tejo, que vai acolher uma das principais cerimónias do evento nos próximos dias.
Em resposta às críticas que têm vindo a ser feitas por causa dos gastos avultados com a JMJ, António Costa contra-argumentou com os benefícios deste evento para o país. Desde logo, o “enorme” impacto financeiro que a iniciativa traz a nível nacional e a “valorização do território” através da requalificação dos espaços, que ficam para o futuro. Assim como, acrescentou, o reconhecimento internacional que advém desta iniciativa que traz o Papa Francisco e milhares de pessoas a Portugal.
"A valorização do território tem um ganho económico e social enorme. Além deste investimento em infraestruturas, o evento tem um efeito catalisador e também de retorno imediato, porque as centenas de milhares de pessoas que vêm a Portugal estão a consumir nos restaurantes e cafés, a instalar-se na hotelaria, a circular nos meios de transporte.”
“Olhamos para o investimento que o Estado e os municípios fizeram na requalificação desta parcela do território, que é algo que fica e vai acrescentar valor ao conjunto deste território”, começou por justificar o chefe do Executivo socialista.
“A valorização do território tem um ganho económico e social enorme. Além deste investimento em infraestruturas, o evento tem um efeito catalisador e também de retorno imediato porque as centenas de milhares de pessoas que vêm a Portugal estão a consumir nos restaurantes e cafés, a instalar-se na hotelaria, a circular nos meios de transporte”, prosseguiu.
Também o presidente da Câmara Municipal de Lisboa realçou “o retorno económico que este evento extraordinário” vai trazer para a capital em resposta à polémica em torno das adjudicações diretas na JMJ. “Dos 35 milhões de euros [gastos] há 25 milhões que ficam para a cidade. Portanto, o que estamos aqui a falar é de um investimento de 10 milhões para um evento que vai trazer centenas de milhões de pessoas e um retorno económico”, argumentou Carlos Moedas.
O primeiro-ministro destacou ainda, como mais-valia da JMJ, “o conhecimento que o mundo vai passar a ter do nosso país e do nosso potencial e capacidade de organização”.
Ainda a propósito dos gastos com esta iniciativa, comparou que “todos os dias o Estado e os municípios aplicam fundos na satisfação de multiplicas necessidades”, como é o caso do Serviço Nacional de Saúde (SNS). “Só no SNS, o Estado investe anualmente 15 mil milhões de euros. É 56% mais do que o Estado investia em 2015. A prioridade é melhorar a eficiência e qualidade de gestão, a organização”, exemplificou Costa.
O primeiro-ministro agradeceu o enorme esforço entre instituições neste “momento único que permite transformar estas jornadas num momento de transformação deste território e de potenciar e valorizar o conjunto da Área Metropolitana de Lisboa”.
Assegurando que está pronto para este evento religioso, Costa concluiu: “Venha sua santidade, venham os peregrinos e celebremos esta grande Jornada Mundial da Juventude e possamos fruir para todo o sempre desta qualidade acrescida que as nossas cidades vão ter com a requalificação destas frentes [ribeirinhas]”.
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