Disney+ perde 11,7 milhões de subscritores e vai aumentar preços
O saldo de balanço trimestral do conglomerado de media foi negativo, com o lucro homólogo de 1,4 mil milhões de dólares de 2022 invertido agora para um prejuízo de 460 milhões.
O serviço de streaming Disney+ registou uma perda recorde de 11,7 milhões de subscritores globalmente no segundo trimestre do ano. Nos planos da empresa está um aumento de preços e a proibição da partilha de passwords.
O número de subscritores caiu assim no segundo trimestre do ano de 157,8 milhões para 146,1 milhões, um decréscimo de 11,7 milhões de assinaturas, onde se incluiu uma quebra de 300 mil subscritores (para 46 milhões) nos EUA e no Canadá.
Esta quebra de subscritores a nível mundial deveu-se, em grande parte, a uma notória perda de subscrições na Índia, onde o serviço local Disney+ Hotstar registou uma quebra de 24%, passando de 52,9 milhões para 40,4 milhões de assinantes.
Esta descida já era esperada na medida em que a Disney perdeu os direitos de uma importante liga de críquete na Índia (Indian Premier League), desporto bastante relevante no país asiático, que levou ao cancelamento de um grande número de assinaturas. Os direitos acabaram por ser adquiridos pela Viacom18, num empreendimento conjunto com a Reliance Industries, por 2,6 mil milhões de dólares (cerca de 2,36 milhões de euros), refere a Forbes.
Se não for considerado o serviço da Disney+ Hotstar, o total das subscrições a nível mundial até cresceu em cerca de um milhão. A Hulu e a ESPN+ – também detidos pela Disney – mantiveram praticamente o mesmo número de subscritores em relação ao trimestre passado.
Bob Iger, CEO da Disney, já admitiu que a fixação de preços da Disney+ é um “trabalho em curso”, segundo a Forbes, adiantando que o serviço de streaming vai aumentar três dólares nos EUA, passando de 10,99 dólares para 13,99, a partir do dia 12 de outubro.
Em Portugal o serviço vai encarecer dois euros. Os subscritores vão assim passar a pagar 10,99 euros mensalmente, em vez dos anteriores 8,99. Anualmente, o preço fixado também aumentou de 89,90 euros para 109,99.
A Disney vai também alargar a sua modalidade de subscrição com publicidade (com a assinatura mais baixa) ao Canadá e a vários países da Europa – entre os quais não se encontra Portugal – como a França, Suíca, Alemanha, Itália, Espanha, Noruega, Suécia, Dinamarca e Reino Unido, revela a Variety.
Segundo o CEO da Disney, em 2024 a empresa vai também tentar combater a partilha de passwords, que tem o peso “significativo”, embora a empresa não saiba exatamente em que medida, pelo que “conformo o eliminarmos, veremos a relação no aumento de subscrições”, cita a Forbes.
Esta ação é vista pelos investidores como uma “verdadeira possibilidade de crescer o negócio”.
No trimestre, o conglomerado do entretenimento apresentou um ligeiro aumento da faturação (de 4%), mas abaixo das expectativas dos analistas, para 22,3 mil milhões de dólares, conforme o seu comunicado de divulgação de resultados.
Mas o saldo de balanço trimestral foi negativo, com o lucro homólogo de 1,4 mil milhões de dólares de 2022 invertido agora para um prejuízo de 460 milhões.
“Os nossos resultados trimestrais refletem o que temos conseguido na transformação sem precedentes que estamos a fazer na Disney, para a reestruturar, melhorar a efetividade e devolver a criatividade ao centro do nosso negócio”, argumentou o presidente, Bob Iger, no texto do comunicado.
No trimestre em causa pesaram encargos de 2,44 mil milhões de dólares relacionados com a reestruturação, a retirada de conteúdos das plataformas de transmissão em contínuo e o fim das licenças de utilização a terceiros, bem como outros 210 milhões de dólares relativos a indemnizações por despedimento.
(Notícia atualizada às 15h45 com os novos preços em Portugal)
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