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Meta pode estar a planear versão paga sem anúncios para Facebook e Instagram na Europa

Rafael Ascensão,

A concretizar-se esta decisão, a Meta não deixaria de oferecer a versão gratuita das suas redes sociais na União Europeia. Ainda não foi adiantado um possível valor de subscrição para a versão paga.

A Meta, dona das redes sociais Facebook e Instagram, está a considerar implementar na Europa versões pagas e sem anúncios para estas redes sociais, refere o The New York Times, citando três pessoas “com conhecimento dos planos da empresa”. A concretizar-se, esta ação parece surgir em resposta ao escrutínio da União Europeia.

As pessoas que acedam por uma subscrição paga no Facebook e Instagram não verão anúncios nas plataformas, naquela que é uma forma de possibilitar aos utilizadores uma alternativa à versão gratuita e com anúncios das redes sociais, os quais se baseiam nas informações pessoais, adiantaram as fontes anónimas citadas pelo NYT.

A Meta, no entanto, não deixaria de oferecer a versão gratuita das suas redes sociais na União Europeia, garantiram as mesmas fontes, acrescentando que não é claro qual seria o preço das versões pagas.

Atualmente a Meta encontra-se a trabalhar para permitir que os utilizadores europeus desativem os “anúncios direcionados”, graças a um acordo alcançado recentemente com a UE.

Perante a pressão feita pelos reguladores desta entidade, a Meta disse que pretendia permitir que os utilizadores das suas redes sociais na União Europeia, Espaço Económico Europeu e Suíça tenham de efetivamente dar a sua autorização antes de os anunciantes poderem recolher os seus dados (como a localização física) e usá-los para direcionar anúncios – a chamada publicidade comportamental.

Perante a crescente pressão dos reguladores europeus, a Meta acabou por anunciar que ia alterar a premissa legal relativa ao de uso de dados para publicidade comportamental, de forma a existir um efetivo consentimento por parte do utilizador.

A Data Protection Commission, da Irlanda, já multou a Meta em mais de 400 milhões de dólares (cerca de 366 milhões de euros) pelo uso de dados de utilizadores do Facebook e Instagram, ao que se seguiu em maio uma multa de 1,3 mil milhões de dólares (cerca de 1,19 mil milhões de euros) da União Europeia, pela transferência de dados de utilizadores da UE para os EUA, naquela que foi a maior multa aplicada ao setor pela União Europeia desde que as regras sobre proteção de dados foram adotadas, há cinco anos.

A Meta também terá alegadamente atrasado o lançamento do Threads – a sua mais recente rede social e concorrente do Twitter – na União Europeia por “recear entrar em conflito com a nova Lei dos Mercados Digitais da União Europeia, por exigir que os utilizadores tenham de ter uma conta no Instagram para poder criar uma conta no Threads”, refere a Media Post.

Em julho, a Datatilsynet, a autoridade de proteção de dados da Noruega, também disse que ia banir temporariamente alguns anúncios nas redes sociais da Meta (Facebook e Instagram), devido a violações de privacidade. Em cima da mesa pode também estar a aplicação de multas diárias até que haja a adoção de medidas por parte da empresa tecnológica.

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