Nova metropolitana de transportes é a “revolução” na AMP

  • Lusa
  • 3 Novembro 2023

O Conselho Metropolitano do Porto aprovou por unanimidade dos presentes a criação da empresa metropolitana de transportes da Área Metropolitana do Porto.

O presidente da Área Metropolitana do Porto (AMP), Eduardo Vítor Rodrigues, considerou a aprovação da criação da empresa metropolitana de transportes a “grande revolução” no setor na área que dirige.

Em declarações no final da reunião em que 14 dos 17 municípios do Conselho Metropolitano do Porto deram a sua aprovação, o líder da AMP afirmou: “Esta batalha foi conquistada e acredito mesmo que é a grande revolução do sistema de transportes da área metropolitana, porque vai dar uma estabilidade financeira e técnica que a AMP, por si só, não tem, e que a empresa metropolitana de transportes vai ter”.

“Hoje foi finalmente aprovado um documento histórico que leva à criação, em termos estatutários e financeiros da empresa metropolitana de transportes”, começou por dizer Eduardo Vítor Rodrigues sobre um processo que “decorria há cerca de um ano e meio, com muitos sobressaltos, muitas dúvidas e muita discussão”.

Para este desfecho, apontou, foi “muito importante contar com os municípios menos bem servidos, mais da segunda periferia metropolitana, que, na verdade, têm uma rede de transportes frágil e que assumem a sua participação, mas foi também muito importante contar com municípios como Porto, Gaia, Matosinhos, Gondomar, Valongo e Maia, que já estão servidos do ponto de vista de transportes a partir da âncora que é o STCP [Serviços de Transportes Coletivos do Porto] e, mesmo assim, aceitaram fazer este alargamento que é muito importante do ponto de vista do sistema de rede de transportes e da participação financeira”.

“Estas coisas são sempre difíceis, somos 17, a mim compete-me não propriamente pressionar, mas negociar, levar ao diálogo, fazer perceber que a verdade não está num lado ou no outro”, continuou o também presidente da Câmara de Vila Nova de Gaia.

Retomando o tema das disputas entre os “municípios grandes, que têm um bom sistema de transportes, e os pequenos, que não têm serviço de transporte e depois querem meter tudo na mesma empresa”, o autarca assinalou ser importante dizer “que os grandes municípios serão os contribuintes líquidos para que os pequenos passem a ter um melhor serviço de transportes”.

Sobre a tramitação, Eduardo Vítor Rodrigues explicou que o processo hoje aprovado segue agora para o Tribunal de Contas: “Vamos admitir quatro meses (…) para o visto, se tudo correr normalmente, depois é implementar, criar”, disse.

A terminar, o autarca chamou a atenção para o facto de que a empresa agora criada “vai ser o único instrumento disponível para os financiamentos que aí vêm para a renovação de frotas e da bilhética”.

Nova empresa aprovada por 14 dos 17 municípios

O Conselho Metropolitano do Porto (CmP) aprovou por unanimidade dos presentes – compareceram 12 dos 17 municípios que o constituem – a criação da empresa metropolitana de transportes da Área Metropolitana do Porto (AMP).

Vila do Conde, Vale de Cambra, Maia, Paredes e Trofa não participaram na reunião, tendo o presidente do CmP, Eduardo Vítor Rodrigues, relatado aos presentes que os dois primeiros municípios o informaram do “voto de aprovação” e que “faltaram por terem agenda institucional para cumprir hoje”.

“Do meu lado todas as diligências foram feitas e está tudo de acordo com aquilo que todos, de alguma forma, têm feito sentir (…). Não há aqui outro objetivo que não seja pôr isto a funcionar como dever ser”, disse na nota introdutória o também presidente da Câmara de Vila Nova de Gaia.

O vice-presidente da Câmara do Porto, Filipe Araújo, interveio a seguir para precisar que “embora possa parecer que, por vezes, [os municípios] estão divididos, na verdade estão a tentar salvaguardar posições pois o foco é ter bons transportes metropolitanos e o Porto está muito interessado que isso se concretize”.

O autarca do Porto alertou também para “a necessidade da empresa de transportes ter uma contabilidade analítica relativa à bilhética (…) e que é algo importante numa empresa que irá gerir toda a bilhética e as comissões de validação que advém de vários operadores, nomeadamente a Metro do Porto, STCP e os da operadora da Unir”.

O presidente da Câmara de Oliveira de Azeméis, Joaquim Jorge, manifestou “dúvidas e reservas sobre o funcionamento da nova empresa metropolitana” e assinalou que apesar de no município que dirige “não haver metro, comboios, barco, funicular e nem sequer trotinetes, têm, contudo, espírito metropolitano” pelo que “irão fazer parte do capital social da empresa, sendo dos municípios que mais vão contribuir para esse capital e, eventualmente, menos dos que irão usufruir”.

Da parte da Câmara da Póvoa de Varzim, o presidente Aires Pereira frisou que “no dia em que os autocarros começarem a circular, começarão os grandes problemas que terão de ultrapassar”, destacando o “esforço da Comissão Executiva” para colocar o projeto no terreno, opinião partilhada pelo autarca de Gondomar, Marco Martins, que anunciou o lançamento na segunda-feira de uma “campanha de informação à população”, sublinhando que a rede dos Serviços de Transportes Coletivos do Porto “não muda”.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Comentários ({{ total }})

Nova metropolitana de transportes é a “revolução” na AMP

Respostas a {{ screenParentAuthor }} ({{ totalReplies }})

{{ noCommentsLabel }}

Ainda ninguém comentou este artigo.

Promova a discussão dando a sua opinião