Portugal tem três projetos finalistas nos Prémios RegioStars 2024. Ouça o #6 ECO dos Fundos

Esta segunda-feira, o público pode começar a votar no seu projeto favorito para eleger o vencedor do Prémio Escolha do Público. Os vencedores serão conhecidos a 9 de outubro.

Portugal tem três projetos finalistas nos Prémios RegioStars 2024, uma iniciativa da Comissão Europeia para reconhecer a excelência dos projetos financiados com fundos europeus. Os projetos Ecogres 4.0, Realiza-te e Human Power Hub estão na fase final da competição.

Este ano houve um número recorde de candidaturas (262) das quais foram selecionadas 25 finalistas agrupadas em 5 categorias:

  • Uma Europa inteligente e competitiva
  • Uma Europa verde
  • Uma Europa interligada
  • Uma Europa social e inclusiva
  • E ainda Uma Europa mais próxima dos cidadãos

Esta segunda-feira, o público pode começar a votar no seu projeto favorito para eleger o vencedor do Prémio Escolha do Público. Os vencedores serão conhecidos a 9 de outubro.

Mas, antes disso, os finalistas ainda terão de enfrentar uma última ronda de avaliação do júri em Bruxelas, na semana dedicada às regiões europeias. Cada um dos 25 finalistas terá de fazer um pitch do seu projeto perante uma plateia, assim como dos jurados.

Será a prova derradeira para os projetos nacionais: Ecogres 4.0, Realiza-te e Human Power Hub.

O Ecogres 4.0 previa o desenvolvimento de novas pastas de grés mais sustentável, através da incorporação de resíduos de outras indústrias. A ideia começou em 2017 e acabou por ser um sucesso maior do que o esperado, conta Jorge Carneiro, no ECO dos Fundos, o podcast quinzenal do ECO sobre fundos europeus. O responsável pelo núcleo de I&D na Grestel e responsável pelo projeto Ecogres 4.0, explica que a empresa inicialmente não produzia a pasta cerâmica, mas acabou por criar uma nova unidade industrial para o fazer com o apoio do Compete.

A grande diferença deste projeto finalista na categoria Uma Europa Verde, é incorporar não resíduos próprios (que já vai acontecendo cada vez mais nesta indústria, que gera um desperdício de 30 a 40% por peça), mas de outros setores, neste caso da metalomecânica. O salto tecnológico permitiu incorporar a massa – com os devidos ajustes — pequenos pedaços de arame e de pregos que se transformam em pintas pretas “esteticamente apelativas”, muito apreciadas nas peças que são agora exportadas sobretudo para o mercado norte-americano. A empresa exporta 93% da sua produção, sendo que 50% tem como destino os Estados Unidos, que valorizam muito a economia circular. As peças conseguem inclusivamente reduzir a camada vítrea, acabamento de todas as peças cerâmicas, mas cuja matéria-prima não é produzida em Portugal e tem de ser cozida a 1400 graus, duas vantagens ambientais.

Jorge Carneiro conta como vai fazer o pitch do Ecogres e como este projeto, que vai duplicar o número de postos de trabalho para 300, pode ser aplicado em qualquer país e tem “tudo para ser um projeto vencedor”.

Na categoria “Uma Europa Social e Inclusiva”, Portugal tem um outro projeto finalista, o Realiza-te. Através de intervenções personalizadas e equipas multidisciplinares, o objetivo é reduzir o abandono escolar precoce em 10% na região de Coimbra.

“Pais e alunos estão todos envolvidos neste processo colaborativo de cocriação desta ideia, composta por várias iniciativas, e que tem como alvo a rede pública de escolas dos 19 municípios da região de Coimbra”, conta Jorge Brito, secretário executivo da Comunidade Intermunicipal da região de Coimbra, que coordena o projeto “Realiza-te: uma jornada colaborativa”.

Nem a pandemia levou os responsáveis do projeto a baixar os braços e hoje têm provas dadas para mostrar, através dos resultados “francamente positivos”. Jorge Brito destaca o modelo de governança que permitiu aplicar com sucesso a ideia em 19 municípios, com “lógicas estruturais bastante distintas”, mas também o trabalho “das equipas muito dedicadas”. Mas o sucesso deste projeto passou também pelo trabalho ex-ante feito com a universidade de Coimbra, que permitiu começar com “um diagnóstico sério e exaustivo”, contudo o responsável destaca a necessidade “monitorização constante” para “ir afinando os objetivos”.

Da economia circular e da igualdade educativa, passamos agora para a inovação social. O Human Power Hub é o projeto finalista na categoria “Uma Europa mais próxima dos cidadãos”. Usando a metodologia de “hélice quádrupla” promove a aceleração e incubação de projetos empresariais com impacto social, promovendo a colaboração entre os setores público, empresarial, social e académico.

“A ideia surgiu da participação do município de Braga numa rede transnacional – a rede Urbact — com outras cidades europeias”, conta Carlos Videira, administrador executivo da BragaHabit. “Daí surgiu a ideia de criarmos aqui em Braga um centro de empreendedorismo de impacto, orientado para a aceleração e incubação de ideias com impacto social.”

“No fundo, é envolver os cidadãos, as entidades cooperativas, as empresas, as entidades do terceiro setor, o setor público e depois as instituições mais ligadas ao conhecimento, na resolução de problemas sociais e na sua identificação, através de um modelo de inovação social que reconhece, acima de tudo, que uma resposta já não é só assistencialista”, diz o responsável pelo projeto Human Power Hub. “Os projetos são sustentáveis, com potencial de criação de emprego, nomeadamente de comunidades vulneráveis e que acabam por ter um impacto social, económico e ambiental.”

Rejeitando a ideia de que a ajuda tem de ser assistencialista, Carlos Videira acredita que “os fundos de investimento de impacto são interessantes, na medida em que pode haver algum tipo de retorno”, que as empresas estão cada vez mais sensíveis às questões da responsabilidade social, muitas vezes por pressão do próprio consumidor.

Agora que já conhece os projetos finalistas portugueses, já sabe vá à página da Comissão Europeia dos RegioStars Awards e vote. Escolha o seu preferido. O vencedor será conhecido a 9 de outubro.

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