Rolex adere à economia circular e vende relógios usados
Quando a procura supera a oferta, entra-se em escassez e os preços sobem. Acontece com alguns modelos Rolex, em que a lista de espera pode atingir meses ou anos. Solução? Investir num modelo usado.
É um balde de água fria. Fazer planos para levar para casa o Daytona dos nossos sonhos e, puf!, está indisponível e a espera pode demorar anos. Mas não será caso para desesperar: pode sempre comprar o modelo em segunda mão. Calma. Nada a temer. Falamos de um serviço oficial da Rolex, Certified Pre-Owned (CPO), que acaba de entrar no negócio dos relógios usados. E, tal como o nome indica, tratam-se de relógios certificados, o que afasta de vez o risco de estarmos a comprar uma falsificação manhosa que não vamos querer ter.
Mas, ao contrário do que se poderia imaginar, o valor destes relógios não baixa por serem em segunda mão. Pelo contrário: aumenta em mais de 50%. A explicação é simples: são os técnicos da Rolex quem avalia a autenticidade de cada relógio, e isso tem custos que se refletem no preço final. Mas, para os clientes desta marca que produz aqueles que são, provavelmente, os relógios mais desejados do mundo, vale a pena. Estão a comprar a uma fonte confiável, beneficiando da qualidade e da excelência da marca, que lhes garante que o produto é genuíno sem terem de entrar na lista de espera.
Para a Rolex, este passo na direção da legitimação do mercado secundário dos seus relógios é inteligente, embora radical para uma empresa tão tradicional. Este programa CPO dá à relojoeira suíça acesso direto a um mercado estimado em perto de 18 mil milhões de euros (que, até 2023, deve crescer para mais de 31,4 mil milhões, de acordo com as previsões da Deloitte). Além disso, com a faturação do mercado de relógios de luxo a cair – fruto do abrandamento do consumo chinês –, este mercado de usados representa um fluxo de receita extra que é muito bem-vindo.
A Rolex, que produz mais de 1 milhão de peças por ano, é a maior marca de relógios suíça. No mercado secundário é ainda mais dominante, sendo a marca mais transacionada (logo seguida pela Patek Philippe e pela Audemars Piguet). A economia circular continua a dar cartas, sobretudo para as gerações mais jovens, para quem a sustentabilidade é um princípio muito valorizado. Uma tendência que, certamente, vamos ver aplicada a outras marcas de luxo.
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