Miguel Albuquerque ‘dispensa’ Montenegro da campanha eleitoral na Madeira

  • Lusa
  • 14:18

Presidente do Governo regional diz que não precisa de Montenegro na campanha das eleições na Madeira e afirma que "só os partidos fracos é que precisam de bengalas".

O presidente do Governo Regional e líder do PSD/Madeira afirmou esta que não precisa do primeiro-ministro, Luís Montenegro, na campanha eleitoral para as eleições regionais de 23 de março, apontando que “só os partidos fracos é que precisam de bengalas”.

Não, não preciso de contar, porque só os partidos fracos é que precisam de bengalas. Nós não precisamos porque o PSD da Madeira sempre teve autonomia”, declarou Miguel Albuquerque, questionado pelos jornalistas se vai contar com o também líder do PSD na campanha eleitoral, que tem início no domingo.

Não, não preciso de contar, porque só os partidos fracos é que precisam de bengalas. Nós não precisamos porque o PSD da Madeira sempre teve autonomia.

Miguel Albuquerque

Presidente do Governo Regional e líder do PSD/Madeira

Falando à margem do encerramento do Programa Operacional Madeira 14-20, no Funchal, Miguel Albuquerque disse que se o primeiro-ministro quisesse marcar presença seria bem-vindo, realçando, no entanto, que “neste momento não é necessário”.

Questionado, por outro lado, se a situação política a nível nacional, com possíveis eleições antecipadas, prejudicará o sufrágio na região, o chefe do executivo madeirense considerou que não, argumentando que “as pessoas dissociam completamente aquilo que se passa na Madeira daquilo que se passa a nível nacional”.

Miguel Albuquerque reiterou que é favorável à apresentação de uma moção de confiança por parte do primeiro-ministro, justificando que, caso contrário, será perpetuado “um pântano político”.

“Iam tentar, de uma forma ou de outra, grelhar o primeiro-ministro em fogo lento. Portanto, vamos devolver, acho eu, a palavra aos eleitores, os eleitores vão emitir um juízo de valor sobre aquilo que está em jogo, que é se querem um governo estável para Portugal ou se querem continuar nesta brincadeira de levantar suspeições sobre toda a gente“, afirmou.

O presidente do executivo madeirense defendeu que a agenda política para o país tem de ser centrada “em duas questões fundamentais: a necessidade de Portugal, inserido na União Europeia, ter uma posição sobre o futuro da Europa” e, por outro lado, “a necessidade de o país acompanhar um crescimento económico que é fundamental e uma estabilidade que é essencial para o futuro”.

“Se há duvidas sobre a possibilidade, ou não, deste primeiro-ministro continuar a governar, nós entendemos que sim, é melhor devolver a voz ao povo”, reforçou.

O Presidente da República admitiu na quarta-feira eleições antecipadas em maio, no final de um dia em que o primeiro-ministro anunciou uma moção de confiança que tem chumbo prometido dos dois maiores partidos da oposição, PS e Chega, e que deverá ditar a queda do Governo na próxima semana.

O voto de confiança foi anunciado por Luís Montenegro no arranque do debate da moção de censura do PCP, que foi rejeitada com a abstenção do PS na Assembleia da República, e em que voltou a garantir que “não foi avençado”, nem violou dever de exclusividade com a empresa que tinha com a família, a Spinumviva.

Se a moção for rejeitada no parlamento, Marcelo convocará de imediato os partidos ao Palácio de Belém “se possível para o dia seguinte” e o Conselho de Estado “para dois dias depois”, admitindo eleições a 11 ou 18 de maio.

Sobre se participará no Conselho de Estado, Albuquerque indicou que depende da sua agenda eleitoral.

A Madeira realiza eleições legislativas regionais antecipadas em 23 de março, na sequência da aprovação de uma moção de censura apresentada pelo Chega ao Governo Regional minoritário do PSD, liderado por Miguel Albuquerque.

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