BRANDS' Local Online VIANA S.T.ARTS Centre: “Onde se matava, agora vamos criar”

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  • 24 Março 2025

O antigo matadouro de Viana do Castelo vai ser transformado num espaço de cocriação, onde a arte, a tecnologia e a ciência se aliam para dar vida a novas criações e ideias.

O matadouro municipal de Viana do Castelo entrou em funcionamento em 1926 e, agora, quase 100 anos depois, em vez de ser um espaço para matar animais, vai ser um lugar onde vão nascer projetos ligados à arte, à tecnologia e à ciência. A iniciativa, denominada VIANA S.T.ARTS, vai implicar várias obras de requalificação do espaço, que terá soluções inovadoras de eficiência energética, baixo teor de carbono e economia circular.

“O edifício estava inutilizado há mais de 30 anos”, começou por explicar Marta Monteiro, Chefe de Divisão de Projeto da Câmara Municipal de Viana do Castelo, durante a conferência Cidade do Futuro, na qual justificou que o espaço, precisamente por estar “ao abandono” e ser próximo da cidade, foi escolhido para se tornar um centro de cocriação de cocriação, experiências artísticas, aplicações criativas de tecnologias emergentes, tratamento de dados, demonstrações científicas, educação para a ciência, tecnologia e arte, exposições, residências para profissionais, incubadora de eco-startups, espaços públicos de interação, entre outros espaços que estimulem a mudança em Viana do Castelo.

Marta Monteiro, Chefe de Divisão de Projeto da Câmara Municipal de Viana do Castelo

O objetivo deste projeto passa, por isso, por impulsionar futuras atividades onde cientistas locais, tecnologias de setores locais chave, artistas, designers, tanto locais como internacionais, podem encontrar-se, trocar sinergias e produzir soluções inovadoras, conteúdos criativos, de teor científico e artístico, em harmonia com a natureza e os oceanos, nos termos da sustentabilidade ambiental. No fundo, promover o encontro de espaços multidisciplinares de cocriação e de partilha de conhecimento, com o objetivo de promover o processo de criação, reflexão, discussão e exposição de soluções e ideias a nível científico, artístico e cultural.

Queremos que os resultados do projeto sejam usados por outras cidades, aumentando o impacto de toda a iniciativa através da replicabilidade das soluções inovadoras desenvolvidas pelos projetos. Viana do Castelo quer afirmar-se com a iniciativa VIANA S.T.ARTS, assumindo-se como uma referência para o país e no contexto internacional”, disse Marta Monteiro.

Requalificação do edifício com “metas ambiciosas”

As colaborações entre ciência, tecnologia e artes que o espaço irá promover pretendem conduzir a um desenvolvimento mais sustentável em todo o mundo, com um impacto positivo na economia, no meio ambiente e na sociedade. E, para isso, a própria requalificação do espaço tem “metas bastante ambiciosas”, tais como a utilização de 20% de materiais reciclados na construção e, ainda, o reaproveitamento de 90% dos resíduos de construção.

Entre as várias soluções sustentáveis para a construção deste centro de cocriação, está a utilização de lã e cortiça para o isolamento sonoro do espaço, a aposta em materiais como palha e cânhamo para fazer as divisórias interiores e, ainda, soluções de aproveitamento hídrico, a instalação de uma eólica e a utilização do hidrogénio. “Vamos produzir hidrogénio através do excedente de energia dos painéis solares, ou seja, está tudo interligado e a funcionar em rede”, esclareceu Marta Monteiro.

Marta Monteiro, Chefe de Divisão de Projeto da Câmara Municipal de Viana do Castelo

Todas estas soluções estarão expostas no edifício, para que “quem o visite ou o utilize se aperceba delas, as conheça e veja como funcionam”. A ideia, de acordo com Chefe de Divisão de Projeto da Câmara Municipal de Viana do Castelo, é explicar, mostrar e ensinar como fazer apostas mais sustentáveis, amigas do ambiente, e, ao mesmo tempo, dar o exemplo de que tudo se pode transformar para melhor: “Este edifício vai ter uma função completamente oposta da que tinha anteriormente – onde se matava, agora vamos criar”.

“Não vamos criar nada do zero, vamos utilizar muita tecnologia que já existe no mercado, mas que não está ainda a ser muito utilizada”, explicou, acrescentando que por esse mesmo motivo, pretendem “criar pontos de abertura para que quem circule à volta do espaço se possa ir apercebendo do que se está a passar lá dentro”, de forma a que a comunidade envolvente se interesse, se inspire e o utilize como um espaço público.

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