Norte 2030 “recupera” antigas áreas mineiras com 14,5 milhões de euros

Norte 2030 recupera antigas áreas mineiras com 14,5 milhões de euros. Serão reabilitados 36,5 hectares de áreas ambientalmente degradadas.

O programa regional de financiamento europeu Norte 2030 vai apoiar com 14,5 milhões de euros a eliminação de passivos ambientais em três antigas áreas mineiras: de Covas e de Jales, em Vila Nova de Cerveira e em Vila Pouca de Aguiar, respetivamente; do Pintor (Oliveira de Azeméis), e de Pejão/ Germunde (Castelo de Paiva). Em causa está a descontaminação de solos e água, a recuperação ecológica e paisagística das áreas mineiras, e a reabilitação e salvaguarda de património material e imaterial associado à atividade mineira.

Promovidas pela EDM – Empresa de Desenvolvimento Mineiro, S.A, estas intervenções exigem um investimento superior a 19 milhões de euros que é financiado em 14,5 milhões de euros pelo Feder. No conjunto, serão reabilitados 36,5 hectares de áreas ambientalmente degradadas.

As intervenções nas antigas áreas mineiras de Covas e de Jales, em Vila Nova de Cerveira e em Vila Pouca de Aguiar, respetivamente, preveem medidas de reabilitação hidrológico-ambiental orientadas para a eliminação e isolamento de matéria contaminante e contaminada. Acresce ainda a separação das águas de boa qualidade das águas ácidas e poluídas. Financiado em 4,8 milhões de euros, este projeto exige um investimento de seis milhões de euros.

Para o presidente da Câmara Municipal de Vila Nova de Cerveira, Rui Silva, citado num comunicado, esta operação vem responder “às pretensões dos covenses em encontrar e implementar uma solução definitiva para um impasse que já se arrasta há 40 anos“. Já a autarca de Vila Pouca de Aguiar, Ana Rita Dias, refere, por sua vez, que “a recuperação ambiental da antiga área mineira de Jales, cuja declaração de Interesse Municipal foi aprovada por unanimidade, é de crucial importância para a região e para as populações vizinhas da antiga mina de ouro”.

na antiga área mineira do Pintor, em Oliveira de Azeméis, a intervenção prevê a descontaminação do terreno, estabilização de taludes, contenção da erosão e do escorrimento superficial, recuperação da permeabilidade, além da recuperação paisagística e ecológica. O objetivo passa pela recuperação da biodiversidade através da criação de condições para o favorecimento da instalação de espécies autóctones. Num investimento de sete milhões de euros, este projeto é financiado em seis milhões de euros pelo Norte 2030.

“As Minas do Pintor são parte da história deste território e os seus elementos arquitetónicos, as chaminés industriais em alvenaria de pedra, são únicos na Península Ibérica”, sublinha o autarca de Oliveira de Azeméis, Joaquim Jorge Ferreira.

Estas são intervenções são há muito ambicionadas pelas comunidades locais e terão um forte impacto na qualidade de vida e na economia daqueles municípios, incluindo nos seus indicadores ambientais.

António Cunha

Presidente da Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional do Norte (CCDR-N)

Por fim, o terceiro projeto a ser financiado em 3,7 milhões de euros é a primeira fase de intervenção na antiga área mineira de Pejão/ Germunde (Castelo de Paiva) que exige um investimento total de cinco milhões de euros. Em causa está a recuperação e salvaguarda de património associado à atividade mineira e a criação de um centro de visitas.

Esta intervenção prevê ainda a descontaminação e recuperação do poço GermundeI e das escombreiras adjacentes, além da recuperação ecológica e paisagística da área mineira, o estudo hidrológico e hidrogeológico mineiro. Destaque ainda para a monitorização da qualidade da água e o estudo de descontaminação e reabilitação da zona industrial da área mineira do Pejão/Germunde.

A antiga área mineira de Pejão/Germunde faz parte da memória coletiva da nossa gente: um símbolo de trabalho árduo, sacrifício e resiliência. Ver este território ser recuperado, com o apoio do Norte 2030, é uma forma de honrarmos o passado, cuidarmos do presente e acreditarmos num futuro mais verde e justo para todos”, nota José Rocha, presidente da câmara de Castelo de Paiva.

Todas “estas são intervenções há muito ambicionadas pelas comunidades locais e terão um forte impacto na qualidade de vida e na economia daqueles municípios, incluindo nos seus indicadores ambientais”, assinala António Cunha, presidente da Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional do Norte (CCDR-N).

António Cunha considera que estes projetos “evidenciam a importância da política de proximidade na gestão do financiamento europeu”. Para Gonçalo Rocha, presidente da EDM, “a execução destes três projetos, financiados pelo Norte 2030, será um grande contributo para a devolução destas antigas áreas mineiras, remediadas ambientalmente, às suas comunidades“.

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