Mais de um quarto dos europeus estão a mudar para subscrições de streaming com publicidade
Uma tendência crescente por serviços de streaming com anúncios sugere que os consumidores procuram um equilíbrio entre preço acessível e acesso a conteúdo pago, aponta um estudo do grupo alemão RTL.
Mais de um quarto (29%) dos europeus estão a mudar as suas subscrições de serviços de streaming para planos a preços mais baixos e com publicidade. Este dado representa um aumento de seis pontos percentuais em relação ao ano passado.
A conclusão é do estudo “The New Life of The Living Room 2025“, do grupo alemão RTL, que inquiriu cerca de 12.500 pessoas, distribuídos entre 14 países europeus, onde não se inclui Portugal (Áustria, Bélgica, Dinamarca, Finlândia, França, Alemanha, Itália, Países Baixos, Noruega, Polónia, Espanha, Suécia, Suíça, Reino Unido) e também os Estados Unidos.
O estudo aponta que os principais serviços de streaming — em especial a Netflix –- são populares entre os consumidores europeus, mas observa que estes se estão a adaptar e a optar por gerir custos, escolhendo modelos com publicidade.
“Uma tendência crescente por serviços de streaming com anúncios sugere que os consumidores procuram um equilíbrio entre preço acessível e acesso a conteúdo pago“, refere-se no estudo, que avança ainda que, em média, os europeus dizem ter duas assinaturas pagas por domicílio.
Países nórdicos, como a Suécia, Finlândia, Dinamarca ou Noruega, estão entre os países onde os consumidores menos optam por pacotes de assinatura com publicidade e, por isso, mais baratos. Por outro lado, Espanha é o país do estudo em que mais se aposta neste tipo de subscrições, com números que comparam com os dos EUA, país “campeão” no uso deste tipo de assinaturas. Itália, Reino Unido e França estão também entre os países onde os espectadores assinam mais subscrições de streaming com anúncios.
O estudo mostra também que, desde a sua primeira edição, em 2022, a televisão linear se tem mantido como a plataforma preferida dos telespectadores para o consumo diário, com Espanha a destacar-se como o país onde é mais escolhida. Já os sistemas SVOD (subscription video on demand), BVOD (broadcast video on demand), YouTube e FAST (free ad-supported streaming television) continuam a ser particularmente populares nos EUA.
À questão “em que plataforma assiste conteúdos de vídeo (séries, filmes, desporto, programas) na sua televisão, smart TV ou connected TV pelo menos uma vez por dia?”, a resposta “televisão linear” obteve, portanto, a sua maior expressão (61%) em Espanha. Já os EUA lideraram nas restantes opções de SVOD (49%), BVOD (35%), YouTube (53%) e FAST (38%).
Ao ligar os seus aparelhos de televisão, 59% dos inquiridos europeus também dizem que veem primeiro televisão linear, sendo os principais motivadores dessa escolha a acessibilidade dos programas favoritos e a garantia de que, mesmo que não saibam o que assistir, têm à sua disposição géneros de conteúdos que se adequam aos seus gostos. Por outro lado, 29% acedem logo a plataformas de streaming e 10% ao YouTube.
Mas a definição sobre o que é considerado pelos telespectadores como “ver televisão” também está a mudar, ficando os limites dessa definição cada vez mais ténues. Um pouco mais de metade (52%) dos entrevistados europeus considera inclusive que assistir a conteúdos longos (séries, desporto, documentários ou filmes) do YouTube através dos seus aparelhos de televisão é “ver televisão”.
No entanto, se se tratar de conteúdos de influenciadores ou de criadores de conteúdos vistos no YouTube através de aparelhos televisivos, só 22% dos inquiridos considera que se continua a tratar de “ver televisão”.
Mais de um terço (36%) também entende que ver séries, desporto, documentários ou filmes no computador ou através de um dispositivo móvel se trata de “ver televisão”, taxa que desce para 22% caso esses conteúdos sejam vistos através de dispositivos móveis mas no YouTube.
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