Imobiliário de luxo resiste à incerteza global. Transações da Sotheby’s em Portugal crescem 34%
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Imobiliário de luxo resiste à incerteza global. Transações da Sotheby’s em Portugal crescem 34%

Mariana Bandeira,

A Portugal Sotheby’s International Realty teve um aumento de 34% no número de transações realizadas de janeiro a maio. Portugueses representaram 50% das operações, que na maioria são pagas a pronto.

O mercado imobiliário de luxo em Portugal está a resistir ao contexto global de incerteza e volatilidade e continua a registar um aumento na procura. Nos primeiros cinco meses do ano, a Portugal Sotheby’s International Realty registou um aumento de 34% no número de transações realizadas, em comparação com o mesmo período de 2024.

E se acredita que este é um negócio que interessa apenas aos estrangeiros, os portugueses representaram 50% dessas operações, seguindo-se os compradores e investidores provenientes do Reino Unido (11%), dos Estados Unidos (9%) e do Brasil (6%), de acordo com a informação divulgada esta quinta-feira pela agência imobiliária especializada no segmento mais requintado.

A Portugal Sotheby’s International Realty, que devido a esta aposta viu a faturação crescer 40% em termos homólogos até maio, considera que estes números mostram “o posicionamento consolidado de Portugal como destino atrativo tanto para residentes como para investidores internacionais no segmento do imobiliário de luxo”.

Este desempenho positivo foi transversal às principais regiões do país, com destaque para Lisboa, Cascais, Estoril, Oeiras, Porto, Algarve e Madeira, zonas que continuam a captar o interesse pela localização privilegiada, associada à qualidade de vida com a proximidade ao mar. Segundo os especialistas em imobiliário, estas zonas cosmopolitas e costeiras têm tido a uma “valorização consistente dos ativos”.

No Porto, a procura é impulsionada por franceses, norte-americanos e brasileiros, muitos dos quais iniciam o seu percurso com imóveis T1 e T2 de luxo no centro histórico, evoluindo mais tarde para moradias ou apartamentos de maior dimensão e valor.

Na capital e na Grande Lisboa, a procura nacional e estrangeira está mais equilibrada e caracteriza-se pela preferência por imóveis com espaços exteriores e localização central (ou em zonas consideradas emergentes, como Marvila).

A sul, no Algarve, a abertura de uma nova rota aérea direta com os Estados Unidos está a alimentar o interesse crescente por parte do mercado norte-americano, ao passo que a Região Autónoma da Madeira destaca-se pelo crescimento da procura por parte de famílias e cidadãos provenientes dos Estados Unidos e do norte da Europa, que valorizam a segurança, o clima ameno e os elevados padrões de construção.

“Os dados do primeiro semestre reforçam a atratividade e a resiliência do mercado imobiliário de luxo em Portugal. A confiança dos investidores internacionais, aliada à procura consistente por parte dos clientes nacionais, tem permitido não só aumentar o número de transações, como também elevar o valor médio dos imóveis transacionados. Estes resultados comprovam a maturidade do nosso mercado e consolidam a posição de Portugal como um destino de excelência no panorama imobiliário global”, refere o CEO da Portugal Sotheby’s International Realty, Miguel Poisson.

No relatório Mid-Year Luxury Outlook referente a 2025, que só analisa transações com preços superiores a 10 milhões de dólares (8,5 milhões de euros), conclui-se que o imobiliário de luxo funciona como uma espécie de porto seguro para os compradores e vendedores que têm um património líquido elevado, mas se deparam, como todos os restantes, com uma transformação de mercado.

Mais de 80% dos imóveis são pagos a pronto

A nível mundial, são os agregados familiares com elevado poder de compra e provenientes dos Estados Unidos que continuam a registar os maiores ganhos no setor imobiliário, de acordo com a base de dados da Realtor.

A partir de um inquérito através dos seus consultores imobiliários, a Sotheby’s International Realty constatou que o método mais utilizado no segmento do imobiliário de luxo foi o pagamento a pronto (88%).

“O mercado imobiliário em zonas afetadas por catástrofes naturais está a atrair cada vez mais interesse por parte dos comparadores e investidores, sobretudo onde existem oportunidades para reconstruir ou desenvolver novos projetos”, lê-se ainda na análise a partir de informação de UBS, J.P. a Morgan, Moody’s, McKinsey, Bain, Cotality e National Association of Home Builders.

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