Mobilidade internacional é arma para conquistar novos contabilistas
A atração e retenção de talento é um dos grandes desafios na contabilidade. Acenar com a possibilidade de uma carreira internacional pode atrair mais jovens para esta profissão, diz a IFAC.
As organizações de contabilidade enfrentam, hoje, diversos desafios, e a atração e retenção de talento é um dos principais. A oferta está a diminuir apesar de haver cada vez mais procura das empresas por profissionais que verifiquem as suas contas e sejam um parceiro estratégico. Uma escassez que a mobilidade entre países pode ajudar a minimizar, diz a International Federation of Accountants (IFAC), com a possibilidade de uma carreira internacional a ser uma arma para atrair os mais jovens para esta profissão.
“A nível mundial, as organizações profissionais de contabilidade enfrentam um desafio comum: a oferta de talento em contabilidade está a diminuir, mesmo com a procura a aumentar”, refere a IFAC. As conclusões do relatório “Talent Trends 2025” da Association of Chartered Certified Accountants (ACCA), baseadas em mais de 10 mil respostas de 175 países, mostram isso mesmo, revelando uma preocupação generalizada sobre a escassez de talento num período marcado pela pressão do envelhecimento da força de trabalho, revolução digital e concorrência das fintech.
“Muitos jovens no início e a meio da carreira estão a abandonar a área”, realça a IFAC, sendo necessário adotar medidas para tornar a profissão mais atrativa. “Para inverter esta tendência, as organizações profissionais de contabilidade têm de mudar a forma como transmitem o valor da profissão de contabilista certificado. Um dos elementos mais atrativos é o seu potencial de carreira internacional”, refere o mesmo organismo.
"A capacidade de trabalhar além-fronteiras, ganhar exposição aos mercados internacionais e desenvolver um conjunto de competências é, muitas vezes, tão importante como a remuneração ou o cargo.”
“A mobilidade internacional é cada vez mais importante para a atual força de trabalho, em particular para os profissionais mais jovens. A capacidade de trabalhar além-fronteiras, ganhar exposição aos mercados internacionais e desenvolver um conjunto de competências é, muitas vezes, tão importante como a remuneração ou o cargo”, aponta a IFAC.
“É aqui que as qualificações de contabilista certificado oferecem um valor significativo. Em muitas jurisdições” existem credenciais que permitem trabalhar a nível internacional através de acordos de reconhecimento mútuo, explica, dando o exemplo da Austrália, Canadá, Hong Kong, Irlanda, Nova Zelândia ou África do Sul. Na maioria dos casos, os profissionais têm de realizar “apenas um exame breve sobre fiscalidade e leis locais em vez de terem de fazer exames de qualificação”, nota a IFAC.
“Para as organizações profissionais de contabilidade, dar visibilidade a esta opção [de carreira internacional] ajuda a posicionar a profissão como globalmente relevante, adaptável e alinhada com as aspirações” daquela que é uma nova geração de profissionais, refere a federação, notando que a “mobilidade internacional já não é apenas um benefício da contabilidade profissional – é uma ferramenta estratégica de recrutamento”.
“Promover a profissão enquanto passaporte global para as oportunidades pode ser uma das formas mais eficazes de atrair, inspirar e reter a próxima geração de contabilistas”, conclui.
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