Carlos Moedas enfrenta moção de censura do Chega após acidente do Elevador da Glória
Deputado municipal do Chega e candidato à Câmara de Lisboa anuncia uma moção de censura ao Executivo de Lisboa, exigindo responsabilidades pelo acidente com o elevador da Glória.

O deputado municipal do Chega e candidato à Câmara de Lisboa Bruno Mascarenhas anunciou nesta sexta-feira a apresentação de uma moção de censura ao Executivo da Câmara de Lisboa, liderado por Carlos Moedas, exigindo responsabilidades pelo acidente com o elevador da Glória.
“Fizemos um documento que é uma moção de censura a este executivo, para ser discutido precisamente na próxima terça-feira. O engenheiro Moedas, se assim o entender, se não faltar, estará em condições de debater connosco esta questão”, afirmou Bruno Mascarenhas, deputado municipal e candidato à Câmara de Lisboa pelo partido.
Em conferência de imprensa na sede do partido, em Lisboa, o deputado municipal defendeu “o apuramento de responsabilidades por parte do executivo camarário”.
A Assembleia Municipal de Lisboa, na qual o Chega está representado com um grupo de três deputados, pode votar moções de censura à Câmara Municipal “em avaliação da ação desenvolvida pela mesma ou por qualquer dos seus elementos”, prevê-se, no regimento daquele órgão.
Antes, o líder do partido, André Ventura, tinha igualmente defendido que a Câmara de Lisboa é o responsável máximo, uma vez que a Carris é uma empresa pública com gestão municipal.
“Eu vejo difícil que nestas circunstâncias, como aliás já aconteceu noutras em Portugal, que gerou vítimas mortais, o titular máximo da pasta não assuma responsabilidade”, defendeu.
André Ventura lembrou que em 2021 Carlos Moedas pediu a demissão do então presidente da Câmara de Lisboa, Fernando Medina, na sequência da transmissão à Rússia de dados de manifestantes anti-Putin.
“O que diria Carlos Moedas, que pediu a admissão de Fernando Medina por transmissão de dados à embaixada russa, mesmo que isso fosse um erro técnico, ao Moedas de 2025, após 16 mortes ocorridas no centro da capital e vários feridos, tenham sido erros técnicos ou não? E essa pergunta não deixa de ecoar na minha cabeça, sobre os políticos que exigem responsabilidade a toda hora, mas quando chega o seu momento de assumir essa responsabilidade, pretendem assacá-la a todos, menos a si próprio e à sua gestão”, salientou.
No entanto, o líder do Chega não pediu diretamente a demissão de Moedas, sustentando que o partido “tem uma bancada municipal, não é o líder que deve pedir demissões de presidentes de câmara”, e que não quis “apontar o caminho a Carlos Moedas”.
“Este é o momento de tratarmos das vítimas e é o momento também de apoiarmos as famílias daqueles que faleceram. Porém, olhar para o lado, fingir que ninguém deve ser responsabilizado ou que nenhuma responsabilidade deve ser assacada é um erro tremendo do ponto de vista político”, defendeu, considerando que “pedir responsabilidade não é aproveitamento político”.
Ventura manifestou também solidariedade com as vítimas e as suas famílias e considerou que é preciso “garantir que situações destas não se repetem”. “A imagem de Lisboa e do país não pode ficar afetada perante uma tragédia desta dimensão”, acrescentou.
O elevador da Glória, em Lisboa, descarrilou na quarta-feira, causando 16 mortos e 23 feridos. O Governo decretou um dia de luto nacional, nesta quinta-feira. Já a Câmara de Lisboa decretou três dias de luto municipal, entre quinta-feira e sábado.
O elevador da Glória é gerido pela Carris, liga os Restauradores ao Jardim de São Pedro de Alcântara, no Bairro Alto, num percurso de cerca de 265 metros e é muito procurado por turistas.
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