Francês Naval Group fecha parceria com portuguesa LASIGE, com olho nas fragatas
Parceria surge num momento em que o Governo português tem em marcha um processo de renovação dos equipamentos militares e está "ativamente" a olhar para a renovação das fragatas.
Com a renovação das fragatas da Marinha portuguesa na mira, o francês Naval Group acaba de anunciar o fecho de um memorando de entendimento (MoU) com a unidade de investigação LASIGE, da Faculdade de Ciências da Universidade de Lisboa para “explorar futuras colaborações na área da Investigação & Desenvolvimento nos domínios naval e da defesa”.
“Este acordo reflete a nossa ambição comum de impulsionar a inovação através da cooperação. A experiência do LASIGE e a sua estreita ligação à Marinha Portuguesa fazem dele um parceiro natural para a Investigação e Desenvolvimento, à medida que reforçamos o nosso envolvimento em Portugal”, diz Guillaume Weisrock, vice-presidente sénior de vendas e desenvolvimento de negócio para a Europa e América do Norte do Naval Group, citado em comunicado.
O construtor de navios e submarinos militares — detido maioritariamente pelo Estado francês e em mais de 30% pela Thales — já tem um historial de parcerias com a indústria nacional. Desde 2019, colabora com 16 empresas portuguesas em 15 projetos europeus. E, recentemente, no Industry Day, realizado no CCB, em Lisboa, tinha acenado com mais parcerias com a indústria nacional.
Agora, reforça com mais uma “parceria estratégica”, com a LASIGE, para “tirar partido das competências complementares” em áreas de transformação digital dos sistemas navais, tais como “sistemas inteligentes para aplicações navais, visão computacional, frameworks de simulação, sistemas de energia inteligentes aplicáveis ao ambiente naval, interfaces homem-máquina e fatores humanos associados à digitalização de sistemas navais, sistemas digitais ligados a drones e cibersegurança de sistemas e sensores navais”, elenca comunicado.
“O compromisso do LASIGE com uma investigação rigorosa, com elevado impacto científico e social, exige a colaboração com atores-chave da indústria e do setor público. Consideramos o Naval Group um parceiro estratégico para futuros projetos de I&D em tecnologias de defesa, cada vez mais cruciais para a segurança e soberania tecnológica da Europa”, afirma Alysson Bessani, professor e diretor da unidade de investigação LASIGE, citado em comunicado.
O reforço de parcerias surge num momento em que o Governo português tem em marcha um processo de renovação dos equipamentos militares dos três ramos das Forças Armadas. No que toca à Marinha, entre outras iniciativas, o ministro da Defesa admitia, esta semana no Parlamento, estarem a prever a renovação da frota de navios. “Estamos ativamente neste momento a pensar na aquisição de novas fragatas, modernas”, disse Nuno Melo.
O Naval Group tem um programa de fragatas, o FDI, e já trabalha com 50 marinhas de vários países, como o Brasil (com quem desenvolveu um programa em torno da compra de submarinos convencionais, com a criação de um estaleiro e construção local desse equipamento militar) ou a Grécia, um dos países que compraram fragatas e que, através de um estaleiro grego, está igualmente a produzir partes do casco das novas fragatas que serão montadas em França. A primeira acaba de ser entregue à Marinha francesa.
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