Depressão Cláudia: mais de 2.400 ocorrências em 48 horas e alerta laranja continua no sábado
Mau tempo continua a assolar o país. Em Faro, um fenómeno de vento extremo no final da manhã provocou danos em viaturas e estruturas. Faro, Beja e Setúbal são os distritos mais afetados.

Portugal continental registou, entre as 14 horas de quarta-feira e as 11 horas desta sexta-feira, um total de 2.434 ocorrências relacionadas com a situação meteorológica adversa, sobretudo inundações, que provocaram duas mortes e 32 pessoas deslocadas, revelou a Proteção Civil.
“Há a registar duas vítimas mortais em Fernão Ferro (Seixal) e um total de 32 pessoas deslocadas nos concelhos de Abrantes, Salvaterra de Magos, Seixal e Pombal”, informou a Autoridade Nacional de Emergência e Proteção Civil (ANEPC), em comunicado, num ponto de situação sobre a passagem da depressão Cláudia, que está a afetar o território de Portugal continental.
A Península de Setúbal, com 577 ocorrências, a Grande Lisboa, com 265, e o Algarve, com 251, são as sub-regiões mais afetadas, indicou a ANEPC, no balanço das situações associadas ao mau tempo registadas desde as 14 horas de quarta-feira.
A maioria das ocorrências está relacionada com inundações, com um total de 1.357 situações, seguindo-se queda de árvores, com 442, limpeza de vias, com 264, queda de estruturas, com 182, e movimentos de massa, com 171, segundo a Proteção Civil.
Houve também nove ocorrências de salvamentos aquáticos e nove de salvamentos terrestres, de acordo com a ANEPC. “Na resposta a estas ocorrências estiveram empenhados 7.682 operacionais, apoiados por 2.947 veículos”, acrescentou a entidade.
Em comunicado, a ANEPC reforçou que o impacto dos efeitos do mau tempo pode ser minimizado através de comportamentos preventivos adequados, em particular nas zonas historicamente mais vulneráveis, com a adoção de medidas como a desobstrução dos sistemas de escoamento das águas pluviais.
A Proteção Civil recomenda ainda aos cidadãos que tenham especial cuidado na circulação e permanência em áreas arborizadas, que adotem precauções na circulação junto à orla costeira e zonas ribeirinhas e que evitem atividades relacionadas com o mar, como pesca desportiva, desportos náuticos e passeios à beira-mar, bem como o estacionamento de veículos junto à orla marítima.
Outras das medidas preventivas passam por uma condução defensiva, reduzindo a velocidade e prestando especial atenção à eventual formação de lençóis de água nas vias rodoviárias; não atravessar zonas inundadas, prevenindo o risco de arrastamento de pessoas ou veículos para buracos no pavimento ou caixas de esgoto abertas; e retirar de zonas normalmente inundáveis animais, equipamentos, veículos e outros bens para locais seguros.
A depressão Cláudia afeta desde quarta-feira Portugal continental e o arquipélago da Madeira com chuva, vento e agitação marítima fortes, segundo o Instituto Português do Mar e da Atmosfera (IPMA).
Os distritos de Faro, Setúbal e Beja estão nesta sexta-feira e sábado sob aviso laranja, o segundo mais grave, devido à previsão de chuva, com “aguaceiros por vezes fortes e acompanhados de trovoada”, de acordo com o IPMA, colocando os outros 15 distritos de Portugal continental sob aviso amarelo, o menos grave, por precipitação, vento e agitação marítima.
A sul, na capital algarvia, um fenómeno extremo de vento provocou, ao final da manhã desta sexta-feira, danos em muitas viaturas, após queda de árvores e estruturas, sobretudo na zona junto à marina.
O aviso laranja é emitido pelo IPMA sempre que existe situação meteorológica de risco moderado a elevado e o aviso amarelo é quando há uma situação de risco para determinadas atividades dependentes da situação meteorológica.
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