De olho nos caças, Suécia lembra que empresas suecas geraram 4,2 mil milhões para a economia portuguesa

As "empresas suecas estão ativamente à procura de parcerias em tecnologia avançada, ciências da vida, infraestruturas digitais e, particularmente, no setor de Defesa e Segurança", diz embaixada.

À espera da abertura do processo para a compra dos novos caças para a Força Aérea Portuguesa, a Suécia lembra que as empresas suecas em Portugal geraram 4,2 mil milhões para a economia nacional nos últimos cinco anos. A Securitas é quem mais emprega e a Boliden Somincor foi quem mais investiu: 430 milhões em quatro anos.

A Suécia e Portugal partilham uma forte convicção no comércio livre e um compromisso conjunto com a segurança global. Ao celebrarmos marcos na nossa adesão à UE (30 e 40 anos, respetivamente), a nossa parceria está cada vez mais focada no futuro: inovação, sustentabilidade e mais integração europeia. Portugal oferece um panorama atrativo para o investimento sueco, com uma força de trabalho altamente qualificada, um ambiente empreendedor dinâmico e um forte compromisso com as energias renováveis”, diz Elisabeth Eklund, Embaixadora da Suécia em Portugal, citada em comunicado.

A relação comercial entre os dois países, diz a embaixadora, reflete este alinhamento, com as exportações de bens portugueses para a Suécia a crescerem 113% nos últimos cinco anos. Nesse período, as cerca de 260 empresas suecas em Portugal geraram um total de 4,2 mil milhões de euros para a economia portuguesa (Valor Acrescentado Bruto), tendo investido mais de 1,1 mil milhões de euros no país.

Os dados, produzidos pela Câmara de Comércio Luso-Sueca, pela Embaixada da Suécia em Portugal e pela Business Sweden, indicam ainda o impacto destas empresa com capital ou identidade sueca no emprego: empregavam 18.133 pessoas em 2024, tendo gerado um volume de negócios agregado de 13,1 mil milhões de euros em cinco anos.

“O foco do investimento sueco está concentrado em setores de alta intensidade de trabalho e elevado valor”, pode ler-se em comunicado. A Securitas é quem mais emprega (4.470 trabalhadores), seguida do retalhista Ikea (3.200), Ikea Industry (1.752), a Diaverum (1.618) e Boliden Somincor (1.324).

“A Boliden Somincor representa a maior injeção de capital, tendo contribuído com €430 milhões em investimento agregado de 2020 a 2024, seguida por investimento significativo da Ikea Industry e da Volvo Financial Services”, referem ainda.

Com olho na renovação dos caças

Estas prioridades confirmam que as empresas suecas estão ativamente à procura de parcerias em tecnologia avançada, ciências da vida, infraestruturas digitais e, particularmente, no setor de Defesa e Segurança, uma área em que o know-how sueco pode apoiar a modernização de Portugal e reforçar a capacidade industrial europeia“, refere em comunicado.

A Suécia, recorde-se, é um dos países que se tem vindo a posicionar como potencial fornecedor dos futuros caças para a Força Aérea com os caças Gripen da Saab. O processo de renovação dos F-16 ainda não abriu, nem a compra deste tipo de equipamento está prevista no âmbito do programa SAFE, ao qual Portugal formalizou a sua candidatura no final de novembro.

O retorno das compras militares para a economia nacional é um dos critérios “decisivos” para a escolha de futuros fornecedores, tem frisado o ministro da Defesa, Nuno Melo. E as empresas têm vindo a desdobrar-se em anúncios de memorandos de entendimento visando a avaliação de eventuais parcerias com a indústria portuguesa. No caso da Saab com a AED Cluster Portugal, a OGMA e a Critical Software são nomes já conhecidos.

Lockheed Martin e o consórcio Eurofighter (que inclui a Airbus) são empresas que também já posicionaram na corrida aos caças.

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