Produtores de vinhos portugueses mostram-se em Londres

Produtores de vinhos portugueses mostram-se, no festival Festa, em Londres, para se posicionarem no mercado britânico. A iniciativa é de dois apaixonados pelos vinhos, um deles de raízes portuguesas.

Filho do fundador da Churchill”s, produtora de vinhos do Porto e Douro, Max Graham sempre quis homenagear as suas raízes lusitanas, e os tempos de infância passados entre a cidade do Porto e as correrias numa paisagem de socalcos de vinhas na região do Douro. Apesar de ter nascido em Londres, Max sempre sentiu fervilhar a emoção da herança e a paixão pelo mundo vitícola que lhe corre nas veias. “Tenho uma ligação forte aos vinhos portugueses”, conta o dono de restaurantes e wine bar portugueses, em terras de Sua Majestade.

Max Graham viveu durante alguns anos, no Porto, mas seguiu depois viagem para Londres, onde estudou Belas Artes, e abriu, em 2016, o Bar Douro, na Flat Iron Square, considerado “um dos principais restaurantes e wine bar portugueses” com uma carta de dezenas de vinhos lusitanos, começa por contar. “Em 2019, o Bar Douro foi reconhecido como tendo a melhor lista de vinhos portugueses de Londres pela Wine List Confidential”, prossegue, entusiasmado, por contribuir para a divulgação da riqueza dos terroirs porugueses assim como dos viticultores e enólogos nacionais.

A aventura no mundo empresarial não ficaria por aqui. Durante o ano de 2000, em plena pandemia da Covid-19, Max Graham abriu ao público as portas do Bar Douro Club e ainda lançou o Bar Douro Wine Shop para venda online de mais de uma centena de referências de vinhos portugueses. “Trimestralmente, temos seis vinhos de ponta, com curadoria da crítica de vinhos Sarah Ahmed, presidente regional de Portugal no Decanter World Wine Awards, com notas de degustação aprofundadas e sugestões de harmonização de comida com vinho”, conta Max.

Os dois amigos ainda chegaram a organizar jantares com enólogos para divulgar os vinhos portugueses. Mas era preciso fazer mais para afirmar o posicionamento deste produto no mercado britânico de modo a que os ingleses passassem a adquiri-lo cada vez mais. Em conversa com Sarah Ahmed, a ideia foi maturando ao ponto de os dois se lembrarem de organizar um festival de vinhos e gastronomia portugueses. Chamaram-lhe Festa com o intuito de ser uma “celebração para dar a conhecer o vinho, a gastronomia e a cultura de Portugal”, explica o mentor deste evento que exige um investimento na ordem das 170 mil libras (cerca de 200 mil euros).

É extraordinário o calibre e a variedade de vinhos e produtores que temos neste evento.

Sarah Ahmed

Crítica de vinhos

Agora, os dois organizadores do festival Festa já têm mais de meia centena de produtores de vinhos confirmados, provenientes das ilhas da Madeiras e dos Açores e de várias regiões vitivinícolas de Portugal Continental, como Douro, Dão ou Bairrada. Entre os nomes a marcar presença na iniciativa, nos dias 24 e 25 deste mês de junho, no Tabaco Dock, estão Soalheiro, Titan of Douro, Quinta das Bágeiras, Hugo Mendes e Quinta das Marias, Niepoort ou Luis Pato.

“É extraordinário o calibre e a variedade de vinhos e produtores que temos neste evento”, refere Sarah Ahmed, responsável pela curadoria da mostra, admitindo ao ECO estar “muito expectante com a recetividade do público”. Até porque, argumenta Max, “muitos destes produtores não têm presença no mercado britânico”, adiantando que, além da provas de vinhos, haverá também lugar para os produtores fazerem negócio e posicionarem os vinhos lusitanos em Inglaterra.

O festival Festa tem ainda uma vertente gastronómica para levar os visitantes do evento a viajar até aos sabores dos pratos portugueses, contando com chef´s como o português Leandro Carreira, radicado em Londres e atualmente à frente do espaço The Sea, The Sea. O chef lançou, recentemente, um livro de gastronomia portuguesa – o “Portugal: The Cookbook” -, que foi classificado pela National Geographic como um dos cinco melhores novos livros de receitas para a Primavera. Esta obra contempla mais de 500 receitas clássicas e contemporâneas portuguesas.

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