Lionesa mede felicidade no trabalho aos 7 mil colaboradores a partir de setembro
Lionesa Business Hub, em Leça do Balio, Matosinhos, vai medir, a partir de setembro deste ano, os índices de felicidade dos 7 mil colaboradores, porque "pessoas mais felizes são mais produtivas".
É possível medir a felicidade dos trabalhadores? No Lionesa Business Hub (LBH), em Leça do Balio, Matosinhos, acreditam que sim. “Vamos começar a medir, a partir de setembro, os índices de felicidade dos 7 mil colaboradores de 47 nacionalidades”, revela ao ECO Local Online o diretor de marketing do LBH, António Pedro Pinto, que vai recorrer à ferramenta Heartcount para, por exemplo, aplicar questionários semanais desenvolvidos por uma equipa de psicólogos.
“O objetivo é perceber se a estratégia, que temos vindo a desenvolver desde 2020 com vista a ter pessoas mais felizes no local de trabalho, está a dar frutos”, elucidou o diretor de marketing do LBH que implementou uma série de medidas nesse sentido. A mais recente foi a contratação de uma gestora de felicidade (community happiness manager) para o departamento de marketing. A gestora de felicidade dinamiza, por exemplo, uma agenda com uma panóplia de “atividades para as 7 mil pessoas, desde conferências, aulas de ginástica com um personal trainer, yoga, golfe ou até mesmo surf”, descreve António Pedro Pinto.
Contratar um gestor de felicidade começa a ser cada vez mais uma tendência no país, segundo Madalena Carey, diretora da Happiness Business School, uma academia para a felicidade corporativa com atividade em 14 países. “Cada vez mais as empresas procuram gestores de felicidade e chefes de departamentos de felicidade“, nota a também diretora de curso do MBA Felicidade Organizacional, no Instituto Superior de Educação e Ciências de Lisboa, sustentada em estudos que demonstram que “a felicidade no trabalho é o motor para o desenvolvimento positivo de uma organização“, pois “trabalhadores felizes são mais produtivos, faltam menos ao trabalho”.
A gestora de felicidade dinamiza, por exemplo, uma agenda de atividades para as 7 mil pessoas desde conferências, aulas de ginástica com um personal trainer, yoga, golfe ou até mesmo surf”.
Igual opinião tem Alexander Kjerulf, fundador e diretor do departamento de felicidade da WoohooInc e um dos conferencistas no QSP Summit, que decorreu recentemente na Exponor, em Matosinhos. “Os locais de trabalho felizes são mais eficazes, menos stressantes, e com menor absentismo e rotatividade dos empregados”, defende o também autor do bestseller “Happy Hour is 9 to 5: How to Love Your Job, Love Your Life and Kick Butt at Work (Como amar o seu trabalho, amar a sua vida e dar pontapés no trabalho)”. Mais, alerta o especialista, com clientes como Hilton, Microsoft, IKEA, Shell, HP e IBM: “As emoções do colaborador de uma empresa podem afetar todos os outros que o rodeiam“.
Alertado para esta realidade e baseado em estudos que dão conta que “89% dos portugueses sofrem semanalmente de ansiedade”, António Pedro Pinto sublinha que o centro empresarial da Lionesa não podia baixar os braços. “Não queríamos ser mais um player que fomentasse o problema de ansiedade e burnout nos trabalhadores“, argumenta o diretor de marketing do LBH que também pretende com estas estratégias atrair e fixar mais talento. Burnout é um estado de exaustão físico e psicológico que foi descrito pelo psicanalista americano Herbert Freudenberger, nos anos 1970, a partir da sua experiência pessoal.
Toda esta filosofia do LBH vai, assim, ao encontro dos valores partilhados por Alexander Kjerulf, cofundador da ferramenta Heartcount e apologista de que “as empresas devem implementar uma estratégia e medir a felicidade no trabalho”. É precisamente o que o centro empresarial da Lionesa está a fazer ao aplicar uma pirâmide da felicidade, organizada em cinco patamares que vão desde as infraestruturas, passando pelos espaços verdes – por causa do contacto com a natureza que estimula o bem-estar -, até à arte e cultura com exposições nos corredores exteriores para incentivar a criatividade dos colaboradores das empresas ali instaladas.
O diretor de marketing do LBH acrescenta ainda “o design thinking, partindo do princípio de que se existe talento no escritório, logo os índices de felicidade podem aumentar 30%”. Por fim, no topo da pirâmide da felicidade estão as relações interpessoais. Para esta última etapa, em muito contribui a criação do business club sustentado nos pilares da inclusão, sustentabilidade e felicidade; os mesmos que norteiam este centro empresarial.
Empregados felizes são mais produtivos”.
Alexander Kjerulf deixa, por isso, uma mensagem para os líderes empresariais: “Empregados felizes são mais produtivos”. E apela mesmo para que “parem de forçar as pessoas a trabalhar demasiadas horas. Depois de quatro semanas a performance dos colaboradores diminui e podem adoecer por trabalhar demasiado”, acabando, no limite, por sofrer da síndrome de burnout.
A diretora da Happiness Business School acrescenta, por sua vez, que “a felicidade no trabalho é quando os colaboradores sentem que o trabalho energiza em vez de esgotar; quando se sentem alinhados com um propósito, gostam do que fazem e com quem trabalham”. Aliás, prossegue Madalena Carey, “a felicidade é uma real necessidade” nas empresas.
“Muitas pessoas pensam que a felicidade só é possível para quem tem altos ordenados. Mas isso não é verdade, pois qualquer um pode ser feliz no local laboral”, conclui Alexander Kjerulf.
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