Governo diz que é preciso criar condições “para mais investimento” na Serra da Estrela
Secretária de Estado do Turismo, Comércio e Serviços diz que é necessário reparar os danos causados pelos incêndios na Serra da Estrela e criar “novas condições para mais investimento” no território.
“Penso que temos duas coisas a fazer no imediato. Desde logo, apoiar estas empresas e de alguma forma reparar os danos causados por estes incêndios. Mas, ao mesmo tempo, criar uma agenda para o futuro, criando novas condições para mais investimento, melhor investimento, garantindo sempre a perpetuação da criação de valor”, frisou, esta quinta-feira, a secretária de Estado do Turismo, Comércio e Serviços, Rita Marques.
A governante falava aos jornalistas em Manteigas, no distrito da Guarda, no final de uma reunião com autarcas, entidades de desenvolvimento regional e agentes económicos da região do Parque Natural da Serra da Estrela (PNSE), para avaliar o impacto dos recentes incêndios florestais, identificar os principais constrangimentos e delinear futuras medidas de prevenção. No encontro também participaram, entre outros, os presidentes do Turismo de Portugal e do Turismo do Centro, Luís Araújo e Pedro Machado, respetivamente.
Segundo Rita Marques, o encontro serviu para ouvir os empresários, as associações empresariais e os municípios, para aferir os danos dos incêndios e “delinear uma estratégia para o futuro que evite que situações destas possam novamente ocorrer”, e garantir que o turismo “é um contribuidor líquido para o bom dinamismo dos territórios”.
Os empresários presentes “sugeriram várias linhas de ataque”, como apoios de natureza financeira e fiscal para, “de alguma forma, dirimir os estragos, os danos” que os incêndios trouxeram à região “depois de uma pandemia tão aguda”. A ministra referiu ainda a necessidade de “linhas de ação para apoiar novos investimentos que possam estruturar novos produtos turísticos, mais sustentáveis e inovadores“.
Rita Marques assegurou que o Governo “está sempre disposto a dialogar, em primeiro lugar e, depois, a trabalhar com quem criar riqueza”, que são os empresários, e a “criar condições para que essa riqueza possa ser perpetuada, principalmente nestas regiões tão afetadas”.
Lembrou que na resolução do Conselho de Ministros está definido o plano de resposta à situação e que o relatório com os danos será apresentado no âmbito do levantamento que está em curso. “Num curto espaço de tempo, teremos, naturalmente, respostas para todas as preocupações que foram aqui ventiladas”, assumiu.
A secretária de Estado admitiu que a linha de apoio, que deverá ser criada para o turismo na região da Serra da Estrela, será de apoio à tesouraria das empresas e também aos novos investimentos, garantindo a criação de novos produtos turísticos “que possam criar mais valor no território”.
A Serra da Estrela foi afetada por um incêndio que deflagrou a 6 de agosto em Garrocho, no concelho da Covilhã, distrito de Castelo Branco, e que foi dominado no dia 13. O fogo sofreu uma reativação no dia 15 e foi considerado novamente controlado na noite do dia 17. As chamas estenderam-se ao distrito da Guarda, nos municípios de Manteigas, Gouveia, Guarda e Celorico da Beira, e atingiram ainda o concelho de Belmonte, no distrito de Castelo Branco.
O Governo aprovou, a 25 de agosto, a declaração de situação de calamidade para o PNSE, afetado desde julho por fogos, conforme pedido pelos autarcas dos territórios atingidos.
A situação de calamidade já foi, entretanto, publicada em Diário da República, e vai vigorar pelo período de um ano, para “efeitos de reposição da normalidade na respetiva área geográfica”.
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