Situação de calamidade na Serra da Estrela vai durar até 30 de agosto de 2023
Situação de calamidade no Parque Natural da Serra da Estrela, por causa dos incêndios, arranca oficialmente esta terça-feira, vigorando por um ano, até 30 de agosto de 2023.
A situação de calamidade no Parque Natural da Serra da Estrela, declarada pelo Governo na sequência dos danos causados pelos incêndios florestais este ano, arranca oficialmente esta terça-feira, devendo vigorar por um ano — ou seja, até 30 de agosto de 2023.
A Resolução do Conselho de Ministros foi aprovada na quinta-feira passada e chegou esta segunda-feira ao Diário da República. No diploma, o Governo recorda que a Serra da Estrela “é um repositório único de recursos geológicos, hídricos, agropecuários e florestais” e alerta que “o incêndio em causa originou um conjunto de danos e prejuízos em áreas de vegetação natural, nos cursos de água, na floresta, nos matos e matagais, no mosaico agroflorestal, nos prados e pastagens, nos habitats naturais e, ainda, em muitos geosítios classificados”.
Face a isso, o documento declara a situação de calamidade “pelo período e um ano, para efeitos de reposição da normalidade” na região. Como tinha anunciado a ministra da Presidência, Mariana Vieira da Silva, na semana passada, é também estipulado um prazo de 15 dias para “a realização de um procedimento de inventariação dos danos e prejuízos provocados pelos incêndios”.
A decisão do Conselho de Ministros abre a porta à “identificação das medidas necessárias ao nível da proteção civil, atividade económica, famílias, emprego, equipamentos de resposta social, conservação da natureza e florestas, habitações, infraestruturas e agricultura”. As medidas serão de dois tipos, explica ainda o Executivo:
- “Medidas de resposta de emergência, destinadas a reparar os danos causados pelos incêndios nas atividades económicas, habitats, rede hidrográfica, habitações e infraestruturas, visando assegurar as condições básicas para reposição da normalidade da vida das populações e das empresas;”
- “Medidas estruturais de prevenção, de restauro e promoção da biodiversidade e da paisagem e de relançamento da economia.”
Além do levantamento de prejuízos no Parque Natural da Serra da Estrela, o Governo aproveita o diploma para determinar um procedimento semelhante no caso dos “incêndios registados nos concelhos com área ardida acumulada, em 2022, igual ou superior a 4.500 hectares ou a 10% da respetiva área”.
“Têm sido registados incêndios de grandes dimensões num numeroso conjunto de outros concelhos em todo o país, que exigem a realização de um levantamento dos danos e prejuízos causados, no sentido de se determinar as medidas de ação e apoio necessárias à reposição da normalidade, nomeadamente ao nível da proteção civil, atividade económica, emprego, resposta social a famílias e empresas, equipamentos de resposta social, conservação da natureza e florestas, habitações, infraestruturas e equipamentos públicos e agricultura”, esclarece o Executivo, que se prepara para aprovar, com base no levantamento, medidas “financiadas através de fundos nacionais e europeus”.
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