BCE deixa bolsas sob pressão e Lisboa soma quinta sessão de perdas

Discurso duro dos membros do banco central aumenta receios de uma recessão. Bolsas registam quedas de mais de 1% e PSI cai pela quinta sessão seguida.

As bolsas europeias iniciam a semana sob intensa pressão vendedora, com o discurso mais duro dos membros do Banco Central Europeu (BCE) no fim de semana, em Jackson Hole, a reacender os receios de uma recessão na Zona Euro. Madrid, Paris e Frankfurt cedem mais de 1% e Lisboa cai pela quinta sessão.

O PSI recua 0,56%, para 6.169,31 pontos, com 11 cotadas a negociarem no vermelho. A Greenvolt cai 2,27% para 9,89 euros e lidera as perdas. A Navigator e a casa-mãe Semapa caem mais de 1%. Entre os pesos pesados, a EDP cede 1,25%, o BCP cai 0,91% e a EDP Renováveis recua 0,62%.

Lá por fora as perdas são mais expressivas. O índice de referência europeu Stoxx 600 cai 0,7% e as quedas no alemão DAX, no francês CAC-40 e no espanhol IBEX-35 rondam os 1,1% e 1,3%.

EDP cai mais de 1%

O discurso mais agressivo de alguns responsáveis do BCE nos últimos dias deixa os investidores mais tensos e mais preocupados com uma recessão na região, cenário que se traduzirá em menos receitas para as empresas e, por conseguinte, dividendos mais baixos, o que penaliza o valor das ações.

Isabel Schnabel, membro da comissão executiva do BCE, disse em Jackson Hole que os bancos centrais correm o risco de perderem a credibilidade e que devem agir com determinação para combater a inflação, mesmo que custe uma recessão. “Mesmo que entremos em recessão, temos poucas alternativas senão continuar o caminho da normalização”, disse a responsável alemã.

“Devemos estar abertos a discutir quer os 50 quer os 75 pontos base como possíveis movimentos”, afirmou Martins Kazaks, presidente do banco central da Letónia, à margem do evento, em declarações à Reuters. O BCE já subiu os juros em 50 pontos base na reunião de julho e tem novo encontro marcado para 8 de setembro.

A pressão também se faz sentir no mercado de dívida secundário, com os juros de Portugal, Espanha e Itália a subiram mais de 15 pontos base, para máximos de mais de dois meses, com os prémios de risco em relação à Alemanha a agravarem-se.

(Notícia atualizada às 8h46)

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