Ex-futebolista Costinha e empresário António Boal lançam vinho a 600 euros a garrafa
O ex-futebolista Costinha e o empresário António Boal lançam a marca de vinho “O Segredo 6” e cada garrafa custa 600 euros. Um negócio que envolveu um investimento na ordem dos 150 mil euros.
Tem sido o segredo “mais bem” guardado, nos últimos anos, a constituição da empresa 2 CC produção de vinhos Lda., e consequente lançamento da edição limitada de um vinho tinto “único e elegante”, com cada garrafa a custar 600 euros e originário de uma vinha com 65 anos. E de tal forma que o vinho só poderia ser batizado de “O Segredo 6”. Nem a escolha do número foi por acaso: era o utilizado por Francisco Costa, mais conhecido como Costinha, no FC Porto e na Seleção Portuguesa de Futebol que entrou nesta aventura com António Boal, da Costa Boal Family Estates.
Com a assinatura do enólogo Paulo Nunes, o vinho “O Segredo 6”, que é lançado, esta quinta-feira, em Lisboa, envolveu até à data um investimento de 150 mil euros em todo o processo, desde aquisição das vinhas, em Mirandela, até à produção, engarrafamento e lançamento no mercado, avança ao ECO/Local Online o produtor de vinhos António Boal. Eleito “produtor do ano em 2021″, António Boal espera faturar mais de 400 mil euros com este novo produto vinícola. “Esta verba será depois reinvestida na empresa”, conta.
É a colheita do ano de 2019, num terroir de xisto e quartzo, que originou 600 garrafas de 1,5 litros, mais 66 de cinco litros e seis de 15 litros que vamos colocar à venda.
Ao lado, o atual treinador de futebol Francisco Costa acrescenta que a edição limitada deste “vinho de parcela de vinha velha”, da empresa 2 CC produção de vinhos Lda, criada pelos dois sócios, em 2018, “vai contribuir para o posicionamento do vinho português” no setor vitivinícola. E destina-se a apreciadores de vinho com algum poder de compra, tendo em conta que cada garrafa de 1,5 litros custa 600 euros, e se apresenta com um rótulo em veludo, dotado de requinte, inspirado no nome do vinho, com as letras gravadas a ouro.
“É a colheita do ano de 2019, num terroir de xisto e quartzo, que originou 600 garrafas de 1,5 litros, mais 66 de cinco litros e seis de 15 litros que vamos colocar à venda. Mas não vamos lançar tudo este ano”, descreve o produtor de vinhos nas regiões do Douro e de Trás-os-Montes. “Depende da capacidade da empresa para lançar o vinho depois no mercado”, sustenta.
“É um vinho de parcela de vinha velha” produzido a partir das castas Touriga Nacional, Touriga Franca, Tinta Amarela, Alicante e Bouschet, que esteve, durante 16 meses, em estágio em barricas novas de carvalho francês e mais algum tempo em garrafas. Esta vinha velha produz entre 1.200 a 1.500 litros de vinho por ano, segundo o ex-futebolista.
“Somos a única empresa em Portugal a produzir, até à data, um vinho de parcela em garrafas de grande formato”, garante António Boal, apoiado por Francisco Costa: “São 600 garrafas. Um vinho de qualidade não pode ter uma produção muito alta. Decidimos também por um formato da garrafa diferente, de 1,5 litros.”
Vai contribuir para o posicionamento do vinho português.
“Agora, a nossa expectativa é haver uma boa aceitação no mercado de ‘O Segredo 6’ como sendo um elegante, refinado e exclusivo vinho de Trás-os-Montes“, afirma Francisco Costa, adiantando: “Não queremos pôr a carroça à frente dos bois. Mas claro que é um negócio que tem de ter rentabilidade”.
Em relação ao custo de cada garrafa, o antigo médio defensivo explica que é preciso valorizar todo o processo inerente à produção do vinho e a sua qualidade. “Quando o vinho chega à mesa, as pessoas não têm noção de todo o processo, desde os trabalhadores que se levantam às quatro da madrugada para podar e andam à chuva até todo o resto da produção”, elucida.
Há sempre uma história por detrás de uma marca e, no caso de “O Segredo 6”, tudo começou, há alguns anos, quando o antigo futebolista Costinha e António Boal se conheceram, durante um almoço com uma temática vinícola. “O António convidou-me a visitar parcelas, na região de Trás-os-Montes, que eventualmente poderiam levar a decidir-me a entrar no negócio do vinho”, começa por contar Francisco Costa. E assim foi. “Em Mirandela temos uma vinha com 3,5 hectares, adquirida em 2019, com 65 anos, sem armação, solo xistoso”, conta o atual treinador de futebol.
Está nos horizontes dos dois sócios criar outros vinhos e “construir uma adega boutique, em Mirandela“, avança ao ECO António Boal. “A ideia desta empresa é produzir vinhos de parcela e de vinha velha”, prossegue, contando ainda que já tem estudos desenvolvidos pelo enólogo sobre qual a melhor região para produzir um vinho branco, na zona de Trás-os-Montes, sem, contudo, desvendar qual a área escolhida nessa região.
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