Comboio do Vouga vai voltar a parar na estação de Espinho
Depois de uma década em que foram investidos 16 milhões de euros, IP aguarda há dois anos e meio autorização para começar a usar envelope de 120 milhões de euros.
O comboio do Vouga vai voltar a parar na estação de Espinho. Mais de década e meia depois do enterramento da linha ferroviária, a Infraestruturas de Portugal (IP) apresentou um projeto para que um passageiro não precise de sair da estação para passar da Linha do Vouga para a Linha do Norte e vice-versa. Além disto, a IP pretende investir 120 milhões para requalificar a única ligação ferroviária nacional feita em via estreita.
Desde 2005 que a estação de Espinho deixou de ser servida pela Linha do Vouga. Para apanhar o comboio em via estreita passou a ser necessário sair da estação e andar mais de 500 metros a pé, onde ficou a nova estação, designada de Espinho-Vouga. A IP quer reverter esta situação.
“A solução em que estamos a trabalhar consiste no prolongamento da Linha do Vouga, criando uma solução do tipo metro de superfície, integrada no local e passando por cima da atual estação”, referiu o responsável do departamento de Mobilidade e Transportes da IP, Paulo Melo, durante um debate que decorreu na quinta-feira no Europarque, em Santa Maria da Feira. A empresa assegura que o túnel da estação de Espinho tem capacidade para suportar um comboio à superfície. Junto ao campo da feira da cidade poderá ser criado um novo apeadeiro.
Antes disso, a IP pretende investir um total de 120 milhões de euros na Linha do Vouga. Este valor é praticamente 10 vezes acima do montante colocado em obras na última década: 16 milhões de euros. Em 2011, a ligação ferroviária entre Aveiro e Espinho via Sernada do Vouga e Oliveira de Azeméis esteve em risco de ser totalmente encerrada.
Os trabalhos deverão começar pela renovação da via em três troços da Linha do Vouga: Aveiro-Águeda, Espinho-Vila da Feira, Oliveira de Azeméis-Sernada do Vouga. O projeto deveria iniciar-se em 2023 mas a empresa pública “aguarda autorização de encargos plurianuais desde junho de 2021” por parte do Ministério das Finanças. Segue-se a melhoria das estações e apeadeiros assim como o tratamento de taludes, até ao final de 2025.
Para a segunda fase, está a ser estudada a melhoria da velocidade média da linha dos 36 para os 52 km/h e a colocação de catenária com tensão de 750 volts em corrente contínua – a mesma utilizada para as composições do Metro do Porto.
Também está a ser preparada, no concelho de Águeda, a criação dos apeadeiros de Alagoa e Ninho de Águia, assim como a relocalização dos apeadeiros da Aguieira e de Mourisca do Vouga. Este projeto será concretizado após a assinatura de um protocolo entre o município, a IP e a CP.
Os planos incluem ainda a automatização de 70 passagens de nível e a respetiva integração no sistema de sinalização automático.
Com estes trabalhos, a Linha do Vouga poderá recuperar os passageiros perdidos nos últimos anos. Em 2019, foram contabilizados um total de 549.470 utilizadores. O número, no entanto, peca por defeito, pois basta um comboio estar cheio para que o visor não verifique se os utentes compraram ou não o bilhete.
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