Já não há volta a dar: APDL toma conta dos comboios em Leixões

Terminal ferroviário do Porto de Leixões passa a ser gerido pela APDL em vez da Infraestrutura. Camiões deixam de percorrer 18 quilómetros para mudar cargas dos navios para os carris.

Eram 11 horas e 16 minutos quando o comboio de mercadorias 51.186 partiu do terminal ferroviário de Leixões com destino ao Porto de Sines. O momento foi simbólico porque foi a primeira partida de um comboio de contentores do terminal ferroviário de Leixões, a partir desta quarta-feira sob gestão da APDL, Administração dos Portos do Douro, Leixões e Viana do Castelo, que substituiu a Infraestruturas de Portugal (IP).

A mudança, em termos práticos, vai reduzir os custos de transporte de mercadorias dos navios para os carris. Anteriormente, “algumas das cargas despachadas para Leixões tinham de sair da portaria, fazer 18 quilómetros e depois fazer o processo de forma eletrónica e automatizada”, recorda ao ECO o diretor de operações portuárias e de segurança do Porto de Leixões, Rui Cunha. A partir desta quarta-feira, as cargas ferroviárias “passam a utilizar uma única portaria”, acrescenta o mesmo responsável.

Primeiro comboio de contentores que partiu da estação de Leixões, agora gerida pela APDL.

Nas próximas semanas será retirada a vedação que separa as linhas do comboio da estação da restante área portuária, que é considerada como zona internacional. Seguem-se depois várias obras que ainda necessitam de serem aprovadas pela tutela, o Ministério das Infraestruturas.

Em causa está, por exemplo, o aumento da capacidade das linhas, atualmente entre os 450 e os 500 metros de comprimento, para os 750 metros, reduzindo custos operacionais, conforme referiu em entrevista ao ECO o ex-presidente da APDL, Nuno Araújo, em meados de outubro. Também está em cima da mesa a construção de um viaduto para camiões, no valor de dois milhões de euros.

Também dependente do Governo está a nomeação do novo presidente para a APDL. A escolha do ministro das Infraestruturas terá sido João Neves, atual presidente executivo da Águas do Alto Minho (AdAM), conforme o ECO escreveu na terça-feira.

Administradora da APDL Cláudia Soutinho, com os trabalhadores da operação ferroviária na estação de Leixões.

O cargo de presidente do conselho de administração está livre desde o início deste ano – foi ocupado nas últimas semanas, de forma interina, por Cláudia Soutinho –, quando terminou o mandato de Nuno Araújo. O ex-chefe de gabinete que Pedro Nuno Santos nomeou para a APDL é o novo diretor-geral da Aethel Mining, concessionária das minas de ferro de Torre de Moncorvo.

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