Sonae, Super Bock e outras 120 empresas exigem comboio de volta à Linha de Leixões

Empresas instaladas na Via Norte querem que os mais de 15.000 trabalhadores tenham direito a uma opção de transporte público, articulada com o Metro do Porto e com ligação ao aeroporto Sá Carneiro.

Está na hora de os comboios de passageiros voltarem à Linha de Leixões, também considerada a Linha de Cintura do Porto. Sonae, Super Bock Group e Efacec são três das mais de 120 empresas que assinaram uma carta aberta enviada ao ministro das Infraestruturas, João Galamba, na quarta-feira a exigirem o regresso deste serviço ferroviário. A solução pode servir mais de 15.000 pessoas que trabalham ao longo da Via Norte, troço da EN13 que atravessa os concelhos do Porto, Matosinhos e Maia.

A proposta prevê que um comboio saia de Campanhã, chegue a São Mamede de Infesta, Ermesinde, Matosinhos e passe por locais como o Hospital de São João e o polo universitário da Asprela. Também é possível articular a linha de comboio com as linhas B e C do Metro do Porto. Há ainda a possibilidade “de se poder concretizar uma conexão com a linha de metro que serve o Aeroporto Francisco Sá Carneiro“. O investimento pode ser realizado “por menos de um quarto do custo de uma linha de metro equivalente”, refere a carta a que o ECO teve acesso.

“Tendo por objetivo a disponibilização de um meio de transporte público que contribua para melhorar a acessibilidade das pessoas e seja essencial na redução de emissões de CO2 provocada pela elevada circulação de viaturas automóveis utilizadas para deslocações diárias, estas empresas estão convictas de que esta solução de reabilitação da Linha de Leixões se mostra como um claro investimento no território, beneficiando, em muito, as suas populações e agentes económicos”, assim refere a carta.

As empresas defendem que a solução também contribuirá “para a redução da pressão sobre outros transportes públicos do Grande Porto, bem como irá promover a competitividade do transporte público, ampliar a conectividade entre concelhos contíguos e ainda aumentar a complementaridade entre o sistema ferroviário ligeiro e pesado”.

Também subscrevem a carta empresas como as tintas CIN, a Makro, a Schmitt-Elevadores e o Lionesa Business Hub, onde estão instaladas multinacionais como a Farfetch, a gigante dinamarquesa Vestas, a Oracle ou a FedEx, que ali está a instalar unm centro de serviços partilhados com 700 pessoas.

Em 2021, foi calculado que seriam necessários cerca de 97,5 milhões de euros para a Linha de Leixões voltar a ter comboios de passageiros: cerca de 65,5 milhões para infraestruturas (implica duplicação de toda a linha) e 31,9 milhões para a aquisição de material circulante, segundo estudo encomendado pela câmara de Matosinhos e que foi aprovado pelo Conselho Metropolitano do Porto. Desde então, não houve mais novidades nos contactos junto da Infraestruturas de Portugal para estudos mais aprofundados na reabertura desta linha.

Em agosto de 2022, o presidente da Câmara de Valongo, José Manuel Ribeiro, exigiu que seja construído um ramal de 2,2 quilómetros de acesso da Linha de Leixões ao aeroporto Francisco Sá Carneiro.

A última vez que a Linha de Leixões teve serviço de passageiros foi entre 2009 e 2011, na ligação entre Ermesinde e Leça do Balio. A baixa frequência (comboios a cada 30 minutos na hora de ponta) e a falta de ligação às estações de metro e a outras estações de comboio condenaram o serviço.

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