Problemas nas obras não “beliscam” novas residências da Universidade do Porto

Constrangimentos na construção civil não "beliscam" avanço de construção de novas residências universitárias da U.Porto. A primeira residência deverá estar concluída ainda este ano com mais 54 camas.

O reitor da Universidade do Porto (U.Porto), António de Sousa Pereira, assegurou esta quarta-feira que, “apesar das dificuldades e constrangimentos existentes no setor da construção civil, e da consequente incerteza orçamental, os projetos [das três novas residências e da requalificação de mais quatro] estão a avançar dentro dos prazos previstos” para responder “às dificuldades que os estudantes enfrentam em matéria de acesso ao alojamento na cidade do Porto”.

Num investimento total de 32 milhões de euros – 20 milhões financiados pelo Plano de Recuperação e Resiliência (PRR) e os restantes 12 milhões com receitas próprias da universidade –, a instituição vem, assim, responder a uma lacuna no mercado habitacional que também afeta os estudantes deslocados.

Durante o seu discurso nas comemorações do Dia da Universidade do Porto, assinalado esta tarde numa cerimónia de comemoração dos 112 anos da instituição, o reitor apontou a conclusão da primeira destas residências em obra – a da Carvalhosa, na zona de Cedofeita –, para o início do próximo ano letivo, aumentando, assim, a atual oferta em 54 novas camas.

A instituição de ensino superior tem em curso a construção de mais três novas residências, que vão acrescentar 411 camas à atual oferta de alojamento, representando um acréscimo de 40%. Assim como a requalificação de quatro residências para otimizar a eficiência energética dos edifícios, mediante a implementação de “melhorias significativas nos quartos, nos espaços de convívio, nas cozinhas e na envolvente exterior”, descreveu António de Sousa Pereira.

O reitor da U.Porto adiantou ainda que “já está em fase bastante adiantada, ao abrigo do Fundo para uma Transição Justa, a negociação tendo em vista a instalação de um polo tecnológico e de um centro de inovação em terrenos da antiga refinaria de Leça da Palmeira, em Matosinhos”.

Num espaço, com cerca de 50 hectares, vai nascer uma incubadora de talento nas áreas da ciência, tecnologia e engenharia para responder ao mercado laboral e à competitividade do tecido empresarial português. “Aí criaremos um novo campus dedicado às engenharias e à ciência, o qual permitirá o crescimento e a afirmação da universidade como um centro de excelência nos domínios da neutralidade carbónica e climática, das energias limpas e renováveis, da mobilidade sustentável e da economia circular”, sublinhou o reitor da U.Porto.

António de Sousa Pereira destacou também o facto de o ecossistema da Universidade do Porto participar em 37 dos 51 projetos aprovados, a nível nacional, no âmbito das Agendas Mobilizadoras e dos Pactos de Inovação do PRR. “O que representa a captação de um investimento institucional de 155,4 milhões de euros destinados à promoção da inovação empresarial e à criação de sinergias de investigação entre o meio académico e a economia nacional”, frisou.

O reitor aproveitou a altura para elencar um conjunto de investimentos que estão em curso:

  • Os trabalhos de requalificação do edifício Abel Salazar, orçados em mais de oito milhões de euros e financiados pelo PRR, para implementação de um espaço de formação multidisciplinar e pós-laboral que permitirá alargar e reforçar a oferta formativa. Assim como avançar na formação contínua e na maior qualificação dos recursos humanos.
  • “O primeiro ano de vigência do Programa de Formação Multidisciplinar da U.Porto permitiu a abertura de 66 novos cursos e formações para maiores de 23 anos, num esforço que abrange um investimento total de 9,3 milhões de euros para atingir mais de sete mil formandos até 2025.”
  • A segunda fase da modernização do Estádio Universitário, num investimento na ordem dos 2,5 milhões de euros, suportada por fundos próprios da universidade. A obra contempla a criação de uma nova sede para o Centro do Desporto da Universidade do Porto (CDUP).
  • Numa iniciativa conjunta com a Metro do Porto está em projeto um novo espaço de estudo e e-learning sobre a estação do Campo Alegre da futura linha rubi. Com projeto do arquiteto Eduardo Souto de Moura, este será um espaço multifuncional, com 700 metros quadrados e com capacidade para uma centena de utilizadores em simultâneo.

Durante o discurso, o reitor deu ainda conta da “conquista de seis novas bolsas do European Research Council, representando um financiamento adicional de 18,9 milhões de euros para a investigação realizada na Universidade do Porto”. O que, sustentou, vem comprovar a qualidade dos investigadores da instituição.

Por fim, António de Sousa Pereira realçou a consolidação da Universidade do Porto no QS World University Rankings by Subject 2023, que “assinala a liderança nacional em 17 áreas”, como a arte e o design, as ciências biológicas, a medicina, a farmácia, a psicologia ou o desporto.

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