Ideias +M

Tivoli BBVA quer assinalar os 100 anos com memórias dos portugueses

Carla Borges Ferreira,

"As marcas não apostam, na cultura, só na música", diz ao +M Paulo Dias, managing director da UAU, dona do Tivoli BBVA. Com um recorde de espectadores em 2022/23, o teatro vai ter novos mecenas.

“A sua história faz parte da nossa história” é o mote da campanha que que o Teatro Tivoli BBVA está a lançar a partir desta segunda-feira, 27 de março, Dia Mundial do Teatro. O objetivo é recolher imagens e histórias, contadas na primeira pessoa, para um livro que pretende preservar a história e a herança cultural deste espaço. O projeto será lançado em 2024, ano em que o teatro comemora o 100º aniversário.

“É importante não perdermos a memória, deixarmos a nossa história registada”, começa por explicar ao +M Paulo Dias, managing director da UAU, produtora de espetáculos que em 2011 comprou o teatro inaugurado a 30 de novembro de 1924 por Frederico De Lima Mayer. O objetivo era “restaurar e devolver à cidade de Lisboa uma programação constante e variada, capaz de satisfazer, como outrora, os seus diversos públicos”.

Doze anos depois, e após uma pandemia que durante quase dois anos deixou as salas de espetáculos praticamente vazia, Paulo Dias faz um balanço positivo. “Em 2022 batemos o recorde do número de espectadores”. “Tivemos 140 mi espetadores, o número mais alto de sempre“, diz o responsável, referindo-se aos seus anos de gestão do espaço.

Paulo Dias, managing director da UAU

Para este ano as expectativas também são positivas. “A menos que a crise se agrave, vamos bater novamente o recorde”, adianta o responsável, que nestes últimos meses não viu o seu negócio afetado pela crise. “Acho que funcionamos um bocadinho como um escape, como libertação“, prossegue.

A ocupação do Tivoli BBVA divide-se entre a programação própria, os espectáculos para os quais alugam a sala e os eventos corporativos. Entre os três, Paulo Dias avança que a ocupação do teatro para este ano já ultrapassa os 80%, percentagem também já garantida para 2024. A procura está a crescer nas três tipologias, adianta.

“Em janeiro e fevereiro tivemos todos os dias esgotados”, recorda o dono do teatro da Avenida da Liberdade. “Nestes últimos dias tivemos Luís Osório e Xutos & Pontapés. Foram três dias esgotados. Agora vamos começar com cinco dias de Plim – peça de Salvador Martinha e João Maria que retrata o dia-a-dia de uma agência de influencers –e também já estão esgotados“, prossegue.

Rebatizado de Tivoli BBVA em fevereiro de 2012, o teatro da Avenida da Liberdade foi a primeira grande sala de espectáculo do país com uma marca no nome. O contrato de naming sponsor foi celebrado inicialmente por 10 anos e, conta Paulo Dias, já prolongado por mais cinco.

No próximo ano, data das celebrações dos 100 anos, o responsável conta ter mais entre três a cinco patrocinadores / mecenas. Será a primeira vez, acrescenta. “As marcas não apoiam a cultura, só a música”, diz Paulo Dias. “É mais fácil promover um festival do que comunicar teatro“, resume.

As histórias daqueles que visitam o Teatro para ver um espetáculo e daqueles que foram parte ativa do Tivoli ao longo dos anos podem ser enviadas para teatrotivoli100anos@uau.pt.

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