Dona do jornal Observador concorre à conta de assessoria de comunicação da CP
A entrada na área da assessoria de comunicação é com a marca Co.lab, lançada em 2018 em parceria com a Fullsix. "O jornalismo está blindado, há uma total separação", garante Rudolf Gruner.
A Observador On Time, proprietária do jornal Observador, está a concorrer à conta de comunicação da CP – Comboios de Portugal, apurou o +M.
O contrato, para a qual a CP abriu uma consulta, envolve “assessoria e consultoria em estreita colaboração com o conselho de administração nas áreas da comunicação e marketing; Planeamento, estratégia e execução das ações marketing; Planeamento, estratégia e execução de campanhas publicitárias; Comunicação e publicidade; Planeamento e estratégia de comunicação para canais digitais; Produção e gestão de conteúdos em canais digitais; Captação e edição de vídeo; Produção e pós-produção de materiais vídeo e fotográficos; Produção de conteúdos editoriais exclusivos, designadamente textos, vídeos e fotografias”.
Desde a adjudicação até ao último dia deste ano, a CP prevê um valor de serviços estimado em 267.750 euros, pagos em tranches mensais de 29.750 euros. O contrato é renovável, com as mesmas condições, por mais um ano.
Contactado pelo +M, Rudolf Gruner, diretor-geral da Observador On Time, confirma que a editora está a concurso. A participação, explica, é no âmbito do Co.lab, marca lançada em 2018 pelo Observador e pela agência Fullsix com o objetivo de trabalhar a definição de estratégias, criação e amplificação de conteúdos para marcas.
“Este concurso também engloba publicidade e assessoria, mas tendo em conta as valências da Fullsix, achámos que fazia sentido ir a jogo”, justifica o responsável. “As fronteiras estão cada vez mais diluídas, tanto vamos a concursos com a Thompson, como com a Deloitte ou com uma agência de comunicação. A nossa concorrência nesta área já não é muito clara”, prossegue.
Embora admitindo que este concurso não faz o “fit perfeito” com o Co.lab, Rudolf Gruner admite que também possa representar algum “sentido de evolução” destas áreas. Atualmente com 17 elementos – mas com dois ou três postos por preencher, a Co.lab é uma marca e não uma empresa. “Nunca sentimos a falta de um casamento formal”, diz, tal como já afirmava na altura do lançamento desta parceria com a agência (agora) do grupo Havas.
Liderada por Raquel Carrilho, diretora da área de custom publishing do Observador, Rudolf Gruner assegura que existe uma total separação entre esta área e a redação do jornal. “Não há nenhum tipo de mistura com os jornalistas”, assegura. “Tal como a 501, com o João Miguel Tavares, até fisicamente existe uma separação”, acrescenta, dando o exemplo de outra parceria.
Formada por elementos da Fullsix e do Observador, a Co.lab “não tem jornalistas com carteira profissional”, reforça, frisando a separação entre as áreas. “O jornalismo está completamente blindado”, garante. “Enquanto órgão de comunicação social, o Observador é absolutamente sólido. O contrário seria impensável”, enfatiza.
Sinergias pontuais existem, concretiza, nos recursos multimédia. Cada equipa tem os seus, mas podem existir sinergias, adianta. Quanto aos valores envolvidos neste concurso, 267.750 euros até ao final do ano, Gruner diz que “pode parecer entusiasmante, mas não é um negócio mágico”, pelo caderno de encargos que implica. “Mas vamos a concurso com toda a vontade e empenho”, acrescenta. Até ao momento a Co.lab não ganhou nenhum concurso público.
Cuf, EDP e Compal são alguns dos atuais clientes da marca, que nasceu tendo como principal cliente a Sonae Sierra, conta que deixaram de trabalhar no final do ano.
Rudolf Gruner não revela quanto é que esta área representa na faturação do Observador, mas indica que “já tem algum peso”. “É uma área interessante. Os jornais diários em papel não parecem ser uma área de futuro e, cada vez mais, vemos as marcas a apostar na produção de conteúdos. Queremos posicionar-nos como parceiros na área do marketing”, resume.
“Temos valências de produção de conteúdos, na amplificação nas redes sociais, sabemos como fazer um bom vídeo. O know-how é muito parecido”, resume.
Entretanto, na direção comercial do Observador também há novidades. Isabel Marques, diretora comercial desde o lançamento do título, há nove anos, transitou para a RTP. A função ainda não está preenchida e Gruner não confirma o nome do novo responsável.
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