Empresa da Covilhã prevê chegar aos 30 milhões com jóias de luxo em 2023
MepiSurfaces já atingiu o volume de negócios do ano passado e prevê chegar aos 30 milhões. "Mercado do luxo não está em crise, tem registado um crescimento enorme", realça o diretor.
A MepiSurfaces, empresa na Covilhã que produz peças em metal para algumas das mais conhecidas marcas de luxo no mundo, já atingiu o volume de negócios do ano passado e prevê duplicar as vendas este ano.
“Terminámos 2022 com cerca de 16 milhões de euros em termos de vendas e, neste momento, posso dizer que vamos passar de 16 milhões para 30 milhões de vendas”, disse, em declarações à agência Lusa, o diretor-geral da Mepisurfaces, Rogério Cruz.
Marcas de renome como a Dior, Cartier, Louis Vuitton, Hermés, Montblan ou Tiffany têm sido apontadas como clientes da Mepisurfaces, localizada no distrito de Castelo Branco.
Rogério Cruz explicou que, devido aos acordos de confidencialidade, não revela quem são os clientes, mas acrescentou que “passará por aí” e sublinhou que o mercado do luxo não está em crise, tem, pelo contrário, registado “um crescimento enorme”, por serem marcas conhecidas mundialmente, terem um mercado global e, quando há menos procura num local, compensam com as vendas noutros países.
“Trabalhamos com as maiores marcas de luxo do mundo. Franceses, italianos, principalmente suíços, alemães também. É a pirâmide do luxo, nós estamos aí, somos fornecedores direitos deles”, sublinhou o diretor-geral da empresa que produz peças para joalharia, relojoaria, marroquinaria, canetas, fivelas, fechos para malas, braceletes ou brincos.
Em janeiro, a unidade do grupo franco-suíço FM Industries Sycrilor mudou-se para instalações construídas de raiz no Parque Industrial do Tortosendo, também no concelho da Covilhã, onde a empresa está instalada desde 2013, o que permitiu duplicar a área de capacidade de produção, num investimento de cerca de seis milhões de euros, e desde o início do ano contratou mais 150 pessoas, num total de 462 postos de trabalho.
O diretor-geral realçou que o investimento não parou desde então, numa perspetiva de otimizar processos, ganhar eficiência e dar uma resposta mais rápida às encomendas.
“Continuamos a apostar. Este ano já fizemos um investimento de cerca de 400 mil euros e temos previsto até ao final do ano investir mais 900 mil euros”, informou Rogério Cruz, que enalteceu a “excelente recetividade por parte dos clientes” e anunciou ter fechado há dias um acordo com um dos principais parceiros para um aumento de 15% do volume de vendas.
O responsável acentuou, ainda em declarações à agência Lusa, a capacidade instalada para “fazer os processos de A a Z”, desde o trabalho de maquinação para trabalhar as barras de metal, o polimento de precisão, cada vez mais automatizado, a galvanoplastia, que é o banho das peças com metais preciosos, e a montagem final.
A Mepisurfaces começou em março a laborar 24 horas por dia, sete dias por semana, e passou a ter a capacidade de entregar as encomendas diretamente ao cliente final, sem que tenham de ser primeiro enviadas para as fábricas do grupo em França que tinham essa tarefa, o que permitiu “diminuir os tempos de entrega”.
“A aposta não se ficou pelo polimento. Industrializou-se, evoluiu, e permitiu-nos este crescimento. Aproveitamos o conhecimento existente aliado a uma forte industrialização, investigação e desenvolvimento, daí este salto que conseguimos dar”, enfatizou Rogério Cruz.
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