Hydrumedical inaugura fábrica em Guimarães para produzir primeiro stent inovador

Alexandre Barros conta ao ECO que tentou candidatar o primeiro stent urinário biodegradável ao Acelerador do Conselho Europeu de Inovação por diversas vezes. Mas só à sétima foi possível.

A Hydrumedical inaugura esta sexta-feira a sua nova fábrica no Parque de Ciência e Tecnologia em Guimarães, que contou com um apoio de 282,2 mil do Portugal 2020, cerca de 30% do investimento total. É a primeira unidade produtiva de dispositivos médicos ureterais através de uma tecnologia patenteada pela empresa (HydrUEluting).

Esta PME, que começou como uma spin-off do Grupo 3B’s, grupo de investigação da Universidade do Minho, já tem vários projetos financiados pelo PT2020, em torno do primeiro stent ureteral biodegradável, num total de 1,85 milhões de euros.

Foi este primeiro stent ureteral biodegradável, que permite ultrapassar os desafios dos stents atuais como a formação de pedras nos rins, doenças associadas aos stents e necessidade de remoção dos mesmos após a sua aplicação, que tornou a Hydrumedical na única empresa portuguesa a ser selecionada para obter um financiamento de seis milhões de euros do Acelerador do Conselho Europeu de Inovação (European Innovation Council (EIC) Accelerator).

Num processo altamente competitivo, das 500 empresas europeias a concursos só 51 foram selecionadas, e a Hydrumedical foi uma delas. Mas não foi fácil. Alexandre Barros conta ao ECO que tentou candidatar o projeto por diversas vezes, mas só à sétima foi possível. “Fomos concorrendo. E porquê agora? Pela maturação do projeto”, explica, destacando também o trabalho de preparação por parte da consultora KPMG.

Agora que a prova foi superada o objetivo é iniciar os ensaios clínicos “dentro de meses”. “Temos tudo preparado em termos de projeto. O EIC é propriamente para o início dos ensaios clínicos e a escalabilidade da industrialização do nosso processo de fabrico do stent que ficará sedeado em Guimarães”, conta Alexandre Barros.

E depois da Hydrumedical, outras empresas estão a tentar trilhar o mesmo caminho. “Temos vários processos na calha, alguns já estão numa fase muito avançada e esperamos também ter o mesmo sucesso que tivemos com a Hydrumedical”, conta Céu Carvalho, partner da KPMG encarregue da inovação e desenvolvimento assim como dos incentivos. Estas empresas são de várias áreas: “não só na saúde, mas também na tecnologia, indústria, metalomecânica”. “O que é importante é perceber quais são as áreas de eleição da União Europeia e quais as áreas estratégicas apoiadas no âmbito do Horizonte Europa. Depois, a partir daqui, procurar os parceiros ou as empresas portuguesas que tenham estas tecnologias ou tenham a maturidade para investir também na Europa”, explicou a responsável.

Céu Carvalho sublinhou que era importante que as empresas tivessem uma agenda nacional e uma europeia em termos de candidaturas a fundos comunitários porque estes funcionam de forma complementar e apresentam taxas de financiamento muito distintos.

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