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80 mil milhões de investimento publicitário perdidos em fraudes

Rafael Ascensão,

Trinta por cento do investimento perdido em 2023 será para fraudes em mobile, número que desce para 20% quando se trata de publicidade display ou pesquisa online.

Vinte e dois por cento da totalidade do investimento publicitário a nível global vai ser perdida em publicidade fraudulenta este ano, o que representa uma perda de 84,2 mil milhões de dólares (cerca de 79,5 mil milhões de euros). As conclusões são de um estudo do Juniper Research.

O mesmo estudo prevê ainda uma subida de 105% até 2028, altura até à qual vão ser desviados 172,3 mil milhões de dólares (cerca de 164 mil milhões de euros) de investimento publicitário para fraudes publicitárias.

“Os dados fornecidos por plataformas de anúncios como o Facebook ou a Google dão uma visão otimista da eficiência das campanhas, não conseguindo distinguir entre quantos cliques ou visualizações são originados por verdadeiros utilizadores daqueles que são gerados por bots fraudulentos”, refere Elisah Sudlow-Poole, analista sénior da Juniper Research.

Estes bots são aplicações de software programados para imitar utilizadores reais e as suas atividades com o objetivo de, neste caso, clicar repetitivamente em links de anúncios.

Segundo o estudo, e analisando por regiões, a América do Norte deve ser a região que mais vai perder investimento publicitário para fraudes ao longo dos próximos cinco anos (42%). Segue-se a região do Extremo Oriente e China (20%) e a Europa Ocidental (17%).

Já em termos de canais, em 2023, cerca de 30% do investimento publicitário será assim perdido para fraudes em mobile, número que desce para 20% quando se trata de display ou pesquisa online. Os canais que menos “sofrem” com fraudes são as apps (17%) e o vídeo online (15%).

Proporção do investimento publicitário perdido em 2023 por canal

Entre os três tipos de fraude online (display, pesquisa e vídeo), o de pesquisa é mesmo aquele que vai gerar “maior atividade fraudulenta nos próximos cinco anos”, refere também o estudo, que adianta que a fraude online é mais provável que ocorra em browsers que contam com menos utilizadores – como o Opera ou o Firefox – ou em browsers específicos de alguns aparelhos, como o Samsung Internet.

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