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Salários na Global Media já foram pagos. CEO do grupo admite “atraso lamentável”

Carla Borges Ferreira,

Os ordenados de novembro foram pagos esta manhã. A incógnita recai agora sobre o pagamentos dos subsídios de Natal. Para os dias 6 e 7 está já marcada uma greve do Jornal de Notícias.

Os trabalhadores da Global Media estão esta terça-feira a receber os salários de novembro. As transferências foram feitas durante a manhã, ficando de imediato disponíveis nas contas dos colaboradores, garante José Paulo Fafe, CEO do grupo. “É o mínimo que podíamos ter feito. Tratou-se de um atraso lamentável. A última coisa que queria que tivesse acontecido era um atraso nos salários”, diz ao +M.

Os trabalhadores do grupo, recorde-se, não receberam os ordenados de novembro na última quinta-feira, dia 30. Ao final da tarde foi enviado um comunicado, no qual era dito que o processamento dos salários seria feito apenas esta semana. O atraso deveu-se à “impossibilidade de acesso à banca nacional”, dizia a comissão executiva, que aguardava uma transferência do novo acionista maioritário para pagar os ordenados.

Devido à gravíssima situação financeira com que se debate o Global Media Group, com a acumulação de elevados prejuízos e a existência de um total défice de tesouraria, o pagamento atempado dos salários no último ano só foi possível devido a transferências feitas pelo acionista Marco Galinha”, escreveu a administração, num comunicado enviado ao final da tarde aos trabalhadores e ao qual o +M teve acesso.

Com a alteração recente na estrutura acionista, em grande parte motivada pelo facto de se tornar insustentável para o referido investidor continuar a suportar sozinho a manutenção do GMG, tais transferências passaram a ser suportadas pelo novo acionista, o World Opportunity Fund (WOF). Ao longo destes últimos meses, de modo a assegurar o funcionamento diário do Grupo, tem sido escrupulosamente cumprido o plano de regularização fiscal, bem como o pagamento dos fornecedores essenciais à atividade das diferentes marcas do Grupo”, prosseguia o grupo.

Mas, dizia a administração, “infelizmente, a campanha permanente que tem sido vítima o GMG por parte de alguma concorrência, com a adulteração de factos e criação de falsas narrativas, conjugada com os graves problemas financeiros que há muito vive este Grupo, impossibilitou o acesso à banca nacional por parte do GMG, obrigando assim o recurso a transferências internacionais por parte do WOF, e que têm sido indispensáveis para garantir o pagamento dos salários”.

Com os ordenados do último mês pagos a dia 5, a incógnita recai agora sobre os subsídios de Natal, que, por lei, devem ser pagos até 15 de dezembro.

Para os dias 6 e 7 de dezembro está marcada uma greve do Jornal de Notícias.

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