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Redação do DN solidária com os trabalhadores do JN, TSF e O Jogo. Diretor do Dinheiro Vivo também se demitiu

Lusa, + M,

O diretor do Dinheiro Vivo também se demitiu. Redação do DN, reunida em plenário, afirma-se solidária com trabalhadores da TSF, JN e O Jogo.

A redação do Diário de Notícias (DN) expressou quinta-feira ao início da noite solidariedade com os trabalhadores “do JN, TSF e O Jogo”, publicação onde os chefes de redação também colocaram os cargos à disposição e pediu uma reunião urgente à administração.

Reunida em plenário, cuja ata foi enviada à agência Lusa, a redação informou que “discorda da tese de que o DN ‘está a salvo’ de um imprevisível processo de rescisões” em marcha no Global Media Group (GMG) e reconheceu que “os problemas financeiros assumidos” e a instabilidade em redor do grupo “causam apreensão” naquela publicação “como em qualquer outro título do grupo”.

Os trabalhadores do DN decidiram ainda solicitar uma reunião urgente ao Conselho de Administração do GMG “para pedir esclarecimentos sobre a real situação financeira” do grupo e “apresentar soluções alternativas para a regularização do subsídio de Natal, em incumprimento”, após a generalidade da redação ter rejeitado o seu pagamento em duodécimos.

Recorde-se que o Conselho de Redação do Diário de Notícias esteve reunido, no início da semana, para fazer um balanço do primeiro mês da direção liderada por José Júdice. No comunicado ao qual o +M teve acesso, o CR refere que o diretor afirmou “ter a certeza” que a reestruturação do grupo não porá em causa a reestruturação prevista para o DN.

“O diretor revelou que tinha tido autorização da administração para reforçar o orçamento, num valor quatro vezes superior ao atual, para distribuir entre novos colunistas e colaboradores em todas as secções, em particular na área da sociedade e cultura”, revelam também.

José Júdice terá ainda rejeitado a ideia “que alguns querem passar de que os cortes previstos no JN sejam para manter o DN em funcionamento” e defendeu, escreve o CR, “a mesma solidariedade com o JN que foi mostrada pelo JN aquando dos cortes efetuados no DN”.

Foi ainda avançado que “uma das ideias que estará a ser pensada, declarou, passa por a redação do Dinheiro Vivo (DV) poder ser integrada na redação do DN, reforçando assim o jornal”.

Entretanto, o diretor do Dinheiro Vivo (DV), Bruno Contreiras Mateus, apresentou quinta-feira a demissão à administração do Global Media Group (GMG). “A decisão tem por base a falta de meios de ordem tecnológica, funcional e de recursos humanos que possam garantir a qualidade do projeto editorial em todas as plataformas, apesar do esforço, dedicação e trabalho exemplar dos jornalistas, em número insuficiente, que compõem a redação”, lê-se na nota à qual o +M teve acesso.

Em entrevista ao +M, publicada na quarta-feira, José Paulo Fafe, CEO do Grupo, admitia que “o Dinheiro Vivo tem que ser reformulado, o grupo tem que encontrar uma solução para a área económica”. “Tem é que encontrar, como dizem os brasileiros, uma ‘sacada’. Sinceramente, não sei qual. Ainda não tive tempo de lhe dar a atenção que merece”, dizia.

A demissão do diretor da publicação digital aumenta para oito o número de demissões em cargos de direção no grupo efetuadas hoje, juntamente com as cinco no Jornal de Notícias (JN) e duas no diário desportivo O Jogo, às quais há a somar outras três, na terça-feira, na TSF.

Também reunida em plenário na quinta-feira, a redação do jornal O Jogo reforçou, “em linha com o comunicado do Conselho de Redação”, o “reconhecimento, respeito, apreço e solidariedade” para com a direção demissionária da publicação.

Em nome dessa solidariedade”, o chefe de redação João Araújo e os chefes de redação adjuntos Carlos Pereira Santos e Nuno Vieira fizeram saber que “também colocam os cargos à disposição”.

A redação diário desportivo O Jogo expressou ainda “solidariedade e respeito” para com as direções demissionárias do JN e da TSF e anunciou que irá “preparar ações de luta conjuntas com outros títulos do GMG e restantes áreas funcionais da empresa”.

Estarão também a ser ponderadas eventuais ações judiciais contra a Global Media.

As direções do JN e do jornal O Jogo demitiram-se quinta-feira em bloco depois de, na terça-feira, os diretores da TSF terem comunicado à Comissão de Trabalhadores que renunciaram aos cargos, em protesto, contra a perspetiva de dezenas de despedimentos.

A direção da TSF, constituída por Rui Gomes (diretor-geral), Rosália Amorim (diretora de informação) e Artur Cassiano (subdiretor de informação), iniciou funções no passado dia 02 de outubro, ou seja, há pouco mais de dois meses.

Na quarta-feira, os representantes dos trabalhadores do JN, O Jogo, TSF, DN e Global Imagens manifestaram ao ministro da Cultura preocupação com o processo de rescisões em curso no grupo. Pedro Adão e Silva mostrou-se também interessado em perceber qual o impacto de uma “saída massiva”, como a anunciada.

 

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