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Marco Galinha reitera disponibilidade para “contribuir para solução” na GM e nega que tenham surgido dívidas após a due diligence

Lusa, + M,

Galinha volta a acusar o fundo que controla a GM de incumprimento, repete que "decidimos já acionar todos os mecanismos legais e judiciais" e reitera disponibilidade "para contribuir para a solução".

O ex-presidente executivo da Global Media e atual chairman, Marco Galinha esclareceu esta quinta-feira que o grupo “não tem passivo de 50 milhões de euros” e que quando o fundo WOF “começou por incumprir” adiantou “verbas necessárias” para pagar salários. A troca de acusações entre o chairman da Global Media e o CEO continua assim a subir de tom. Recorde-se que o fundo que controla o grupo e o presidente do grupo Bel são sócios na empresa Páginas Civilizadas, tendo o fundo comprado 51% da empresa.

Na audição parlamentar decorrida na terça-feira, 9 de janeiro, o presidente executivo (CEO) da Global Media (GMG), José Paulo Fafe, afirmou que a empresa tem um passivo acumulado de quase 50 milhões de euros, “tem dívidas a fornecedores que não estavam na ‘due diligence’ [investigação] de cinco milhões de euros, um grupo que vai fechar o ano” com prejuízos de “sete milhões de euros”.

Hoje, em comunicado, Marco Galinha, que também foi ouvido no mesmo dia pela comissão parlamentar de Cultura, Comunicação, Juventude e Desporto, refere que o grupo não tem aquele montante de passivo e mantém que o World Opportunity Fund – WOF está em incumprimento.

“O Global Media Group não tem um passivo de 50 milhões de euros e é falso que tenham surgido mais cinco milhões de euros de dívidas em faturas para além do que já tinha sido identificado durante a due diligence realizada pelo WOF“, garante o CEO do grupo Bel e anterior presidente executivo da empresa dona do Diário de Notícias (DN), Jornal de Notícias (JN), TSF, entre outros.

Durante o período em que exerci o cargo de presidente da Comissão Executiva da GMG, em nenhum momento se verificou uma situação de salários em atraso e sempre cumprimos com todas as obrigações para com os colaboradores do grupo“, prossegue o gestor, numa altura em que os trabalhadores aguardam o pagamento dos vencimentos de dezembro.

Pelo sentido de responsabilidade social e empresarial que sempre tivemos, quando o novo acionista começou por incumprir as suas responsabilidades, fomos nós que adiantámos as verbas necessárias para garantir o cumprimento dos primeiros dois meses da massa salarial de todo o grupo“, salienta Marco Galinha, reiterando que “tendo-se continuado a verificar diversos incumprimentos por parte do novo acionista“, foi decidido “já acionar todos os mecanismos legais e judiciais em defesa dos contratos assinados entre a WOF e as Páginas civilizadas“, escreve.

Marco Galinha já tinha adiantado na comissão parlamentar que estavam acionados mecanismos para a defesa de contratos. No mesmo dia, o CEO da Global Media contradizia a acusação de incumprimento, referindo que o fundo WOF “cumpriu todas as obrigações até agora“.

Em cerca de três anos, Marco Galinha investiu 16 milhões de euros na GMG “convicto da excelência daquele projeto e da sua importância para o fortalecimento da comunicação social e da própria língua portuguesa”.

Marco Galinha propôs ao fundo WOF comprar o JN e O Jogo por cerca de 12 milhões de euros, assumindo dentro deste valor todas as dívidas fiscais, de acordo com fontes contactadas pela Lusa e como foi referido pelo atual CEO no Parlamento. Ou seja, no grupo que deixaria de ter o Jornal de Notícias e o diário desportivo, entrariam cerca de 4,5 milhões de euros.

“Apresentei uma proposta que permitiria resolver no imediato algumas das situações mais urgentes, não tendo até ao momento obtido qualquer resposta”, reforça esta quinta-feira no comunicado Marco Galinha.

Há ainda uma proposta com um grupo de empresários portugueses para um aumento de capital – segundo o Jornal Económico – de cinco milhões para estabilizar a tesouraria da empresa, em troca de uma participação de 51% no grupo.

Em 21 de setembro, o World Opportunity Fund (WOF) adquiriu uma participação de 51% na empresa Páginas Civilizadas, proprietária direta da Global Media, ficando com 25,628% de participação social e dos direitos de voto na Global Media.

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