Pagamento de salários da Global Media “não tem nada a ver” com a ERC
"A ERC está a desenvolver dois procedimentos", um relativo "ao regime da transparência e um outro conjunto de averiguações", indicou a presidente da Entidade Reguladora para a Comunicação Social.
A Entidade Reguladora para a Comunicação Social (ERC) disse esta quinta-feira que a questão do pagamento de salários no Global Media Group (GMG) “não tem absolutamente nada a ver” com o regulador.
Em declarações à Lusa, a presidente do Conselho Regulador da ERC, Helena Sousa, disse que “a questão da transferência de salários não tem absolutamente nada a ver com a ERC”, depois de um comunicado do presidente executivo do GMG, José Paulo Fafe, ao qual o fundo que controla o grupo, World Opportunity Fund (WOF), transmitiu a sua indisponibilidade em transferir dinheiro para pagar os salários em atraso até uma decisão da ERC e de um “alegado procedimento cautelar”.
“A ERC está a desenvolver dois procedimentos”, um relativo “ao regime da transparência e um outro conjunto de averiguações”, indicou, salientando que “vai continuar a fazer o seu trabalho de acordo com os prazos que estão a decorrer”. “Essa é uma questão de gestão que não tem a ver com os procedimentos, que a ERC que está a desenvolver”, realçou.
Helena Sousa disse ainda que a ERC está “à espera da resposta do fundo”, no âmbito das suas averiguações. “Os prazos estão a decorrer”, salientou, indicando que foram dados 10 dias úteis nesta matéria, mas sem confirmar uma data concreta para uma deliberação final. “Em breve teremos uma deliberação da ERC sobre essa matéria”, destacou, salientando que “o fundo foi notificado” e aguardam resposta de acordo com os prazos.
“O World Opportunity Fund (WOF) transmitiu-me no dia de hoje a sua indisponibilidade em efetuar qualquer transferência, sem que o Conselho Regulador da Entidade Reguladora para a Comunicação Social (ERC) conclua o processo administrativo autónomo para a aplicação do art.º 14 da Lei da Transparência, e que pode eventualmente resultar na inibição do exercício dos direitos de voto por parte do WOF”, afirmou o presidente executivo (CEO) do GMG em comunicado.
Além disso, acrescenta José Paulo Fafe, o fundo também lhe transmitiu a sua “indisponibilidade em efetuar qualquer transferência até que o alegado procedimento cautelar de arresto anunciado publicamente pelo empresário Marco Galinha seja retirado”. Os plenários dos trabalhadores do Jornal de Notícias e do desportivo O Jogo, títulos do GMG, resolveram ativar a suspensão de contratos de trabalho, por falta de pagamento de salários, segundo dois comunicados hoje divulgados.
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