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Media Capital regressa aos lucros em 2023. Receitas de publicidade caem 4%

Carla Borges Ferreira,

A dona da TVI e da Plural regressou aos resultados positivos no último ano. Com a publicidade a cair 4% em 2023, o "imperativo" é "procurar novas fontes de receita".

A dona da TVI e da Plural fechou o último ano com um resultado líquido das operações em continuação de 319 mil euros, número que compara com o prejuízo de 12,1 milhões de euros de 2022, ano em que os resultados foram impactados pela venda das rádios.

“No ano de 2023 o Grupo Media Capital atingiu um resultado líquido positivo de 300 mil euros, representando uma franca recuperação face aos resultados negativos registados nos anos anteriores e em particular em 2022 de -12,1 milhões. Corrigido do efeito das provisões, imparidades de direitos e reestruturações, o resultado líquido ajustado atingiu 1,5 milhões, representando um aumento de 5,6 milhões face a 2022″, escreve o grupo no comunicado enviado na tarde desta sexta-feira à CMVM.

O EBITDA situou-se nos 9,2 milhões, que compara com os 2,1 negativos de 2022, e o resultado operacional no último ano foi de 1,86 milhões (-9,67 milhões em 2022).

A Media Capital obteve em 2023 rendimentos operacionais de 150,8 milhões de euros, um crescimento de 1%. O crescimento deve-se à produção audiovisual, com uma variação positiva de 25%, que subiu para os 39,9 milhões de euros. Em sentido contrário, a Televisão Digital e Entretenimento caiu 3%, para 141,1 milhões de euros.

A publicidade, discrimina a Media Capital, situou-se nos 98,6 milhões de euros, uma quebra de 4%, e os Outros Rendimentos Operacionais cresceram 11%, para os 52,1 milhões. De acordo com o grupo liderado por Pedro Morais Leitão, a quebra na publicidade deve-se à “redução registada no mercado publicitário na televisão de canal aberto”. Em sentido contrário, “verificou-se um crescimento nos rendimentos de publicidade nos canais de pay-tv, que atingiram um crescimento de 30%, fruto também dos bons resultados de audiência”.

Os gastos operacionais excluídos de amortizações e depreciações apresentaram um decréscimo de 7%, enquanto que os gastos com a mesma natureza excluídos de provisões e reestruturações reduziram 2% face ao período homólogo, fruto de uma política exaustiva de racionalização de gastos, levada a cabo pelo Grupo, atingindo, em 2023, os 140,4 milhões”, diz o grupo.

Os resultados financeiros (líquidos) foram negativos e 2,47 milhões, uma melhoria de 37% na comparação homóloga. Estes são resultado do “refinanciamento do Grupo e do efeito da reestruturação societária ocorrida nas entidades internacionais em 2022”, escreve a Media Capital no relatório.

Analisando por áreas, a segmento Televisão, Digital e Entretenimento fechou o ano com um resultado operacional de 1,95 milhões de euros, que compara com 6 milhões negativos em 2022. Os rendimentos operacionais foram de 142,1 milhões (-3%), os gastos operacionais de 135,5 milhões (-8%) e o EBITDA foi positivo em 6,57 milhões, quando em 2022 foi negativo em 1,18 milhões.

Na Produção Audiovisual os rendimentos cresceram 25%, para os 39,9 milhões de euros, e os gastos cifraram-se em 38,5 milhões, um aumento de 22%. O EBIT foi negativo em 1 milhão de euros, uma recuperação de 54% na comparação com o ano anterior. O EBITDA cresceu 697%, para os 1,38 milhões de euros.

O segmento Outros, que inclui a holding e os serviços partilhados, teve um EBITDA de 842 mil euros, versus 992 negativos no ano anterior.

O endividamento líquido do grupo no final de 2023 era de 20,4 milhões de euros, uma redução de 3% face a 2022, ano da venda das rádios.

No campo das perspetivas futuras, para este ano a Media Capital antecipa o reforço das parcerias internacionais com plataformas de streaming, mantendo uma aposta na produção de séries. No digital, “a nova meta está no aumento dos conteúdos e na melhoria da experiência do utilizador, esperando que a inteligência artificial dê um impulso decisivo nesse âmbito.

O imperativo, escreve o grupo, é “procurar novas fontes de receita”. Já falando deste ano, a Media Capital afirma que “o primeiro trimestre apresenta uma forte recuperação do EBITDA ajustado gerado, que cresce 2,5 milhões de euros face ao ano anterior. O crescimento é “assente essencialmente no crescimento das receitas, sem descurar, contudo, um rigoroso controlo de custos“.

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