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Depois do Washington Post ter anunciado que não apoia nenhum candidato, britânica The Economist apoia Kamala

Carla Borges Ferreira,

"O Sr. Trump representa um risco inaceitável para a América e o mundo. Se The Economist tivesse um voto, nós o daríamos à Sra. Harris", afirma o título.

Cerca de uma semana após o Washington Post ter anunciado que quebraria a tradição e não apoiaria nenhum candidato às eleições presidenciais dos EUA, o endorsement chegou do continente europeu, com a britânica The Economist a declarar o seu apoio à ainda vice presidente dos EUA. Se a The Economist tivesse direito a voto, votaríamos em Kamala Harris“, afirma o título.

Um segundo mandato de Trump acarreta riscos inaceitáveis”, escreve em título o jornal. E explica porque o faz. “Na próxima semana, dezenas de milhões de americanos votarão em Donald Trump. Alguns o farão por queixa, porque acham que Kamala Harris é uma marxista radical que destruirá o seu país. Alguns são incendiados pelo orgulho nacional, porque o Sr. Trump inspira neles a crença de que, com ele na Casa Branca, a América permanecerá firme. No entanto, alguns optarão friamente por votar em Trump como um risco calculado”.

Entre estes últimos, estarão muitos leitores da The Economist. “Este último grupo de eleitores, que inclui muitos leitores do The Economist , pode não ver o Sr. Trump como uma pessoa com quem eles gostariam de fazer negócios, ou qualquer tipo de modelo para seus filhos. Mas provavelmente acham que quando ele era Presidente, fez mais bem do que mal“.

Lembrando que “bons presidentes unem o país” e que “o génio político do Sr. Trump é colocar as pessoas umas contra as outras”, a The Economist afirma que, com todos os seus defeitos – entre os quais ser “uma máquina política dececionante”, “ao lado do Sr. Trump, Kamala Harris representa estabilidade”.

“Os presidentes não precisam de ser santos e esperamos que uma segunda presidência de Trump evite o desastre. Mas o Sr. Trump representa um risco inaceitável para a América e o mundo. Se The Economist tivesse um voto, nós o daríamos à Sra. Harris”, conclui o título.

Em sentido contrário, o Washington Post anunciou no dia 25 que não apoiará nenhum dos candidatos e que se absterá de o fazer em futuras eleições. “Estamos conscientes de que esta decisão dará origem a muitas interpretações, que será vista como um apoio implícito a um dos candidatos, ou a rejeição de outro, ou como uma evasão às nossas responsabilidades de opinião”, escreveu William Lewis, publisher do jornal.

Nas eleições de 2008, 2012, 2016 e 2020, recorde-se, o proprietário do jornal e fundador da Amazon, Jeff Bezos, apoiou os candidatos presidenciais democratas. Vários media locais avançaram na última semana que o colunista Robert Kagan se demitiu após a decisão do Washington Post e sugeriram, também, que terá existiu pressão de Bezos para o Washington Post se manter neutral.

Já esta segunda-feira, o dono do The Washington Post respondeu, num artigo de opinião publicado no jornal. “A dura verdade: os americanos não confiam nos media”, escreve em título. “Os endossos presidenciais não fazem nada para inclinar a balança de uma eleição. Nenhum eleitor indeciso na Pensilvânia vai dizer: “Vou com o endosso do Jornal A”. Nenhum. O que os endossos presidenciais realmente fazem é criar uma perceção de parcialidade. Uma perceção de não independência. Acabar com eles é uma decisão de princípios, e é a certa. Eugene Meyer, editor do The Washington Post de 1933 a 1946, pensou o mesmo, e ele estava certo”, defende Jeff Bezos.

Entretanto, e de acordo com a Associated Press, mais de 200 mil subscritores terão cancelado a assinatura do The Washington Post após o título ter anunciado que não apoiaria nenhum candidato, ou seja, que não declarava o apoio a Kamala Harris.

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