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Antigos jornalistas da Trust in News indignados por “incúria e irresponsabilidade”

Lusa,

O grupo de antigos jornalistas e colaboradores do grupo dono da Visão desejam "a positiva continuidade das respetivas publicações, muitas delas significativas referências no jornalismo português".

Um grupo de 45 pessoas que já estiveram ligadas aos títulos da empresa Trust in News manifestaram a sua indignação pela “incúria e irresponsabilidade” que conduziram à atual situação da companhia, mostrando esperança pela continuidade das publicações.

Numa declaração conjunta publicada no site do Clube de Jornalistas, os subscritores – entre antigos jornalistas e colaboradores – manifestaram a sua “indignação pela incúria e irresponsabilidade a que chegou este importante grupo de comunicação social, e solidarizam-se com os seus trabalhadores“.

No texto, acrescentaram desejar “a positiva continuidade das respetivas publicações, muitas delas significativas referências no jornalismo português“.

O texto é assinado por jornalistas como Adelino Gomes, Césario Borga, Fernanda Mestrinho, Fernando Dacosta, Luís Vasconcelos, Paulo Pena e Viriato Teles, para além de autores e académicos como António Cândido Franco, Fernando Pinto do Amaral, Inês Pedrosa, José Luís Peixoto, Luiz Fagundes Duarte, entre outros.

Na mesma publicação dá-se conta de que os 180 trabalhadores do grupo vão reunir-se em plenário na segunda-feira, às 10h00.

Na passada terça-feira, a administração da Trust In News anunciou a sua intenção de apresentar um plano de insolvência, requerendo a convocação de uma assembleia de credores para apresentação e fundamentação de um plano de recuperação, depois de ter sido reprovado um Processo Especial de Revitalização (PER).

A administração, liderada por Luís Delgado, referia, então, que “a Trust In News sempre acreditou que o caminho da sua reestruturação e viabilização seria o mais consistente e positivo para todos os credores” e para os seus colaboradores, “que sempre contribuíram para uma comunicação social livre, independente e isenta, cumprindo com rigor os seus desígnios constitucionais”.

“[É] inimaginável conceber a comunicação social em Portugal sem a presença fundamental das revistas da TIN, que cumprem o seu dever constitucional de informar com rigor, qualidade e pluralidade. A obrigação de informar e ser informado é um princípio básico da nossa democracia e soberania nacional”, enfatizou a administração, em comunicado.

O PER da Trust in News foi reprovado a 5 de novembro, com os votos contra da Autoridade Tributária (AT) e da Segurança Social. Os créditos reconhecidos ascendiam a quase 33 milhões de euros (32.940.709,87 euros) e votaram contra credores que representam cerca de 20 milhões de euros (20.148.007,16 euros).

A empresa detém 16 títulos, entre os quais a Visão, Exame, Exame Informática, Jornal de Letras, Caras, Activa e TV Mais.

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