As empresas de comunicação em números
São 126 empresas, apresentam um volume de negócios de 132,3 milhões de euros e 70% dos profissionais são mulheres. A APECOM e a Informa D&B apresentaram esta segunda-feira os números da comunicação.
Setenta por cento dos profissionais de comunicação são do género feminino, no entanto, apenas 40 dos cargos de liderança e gestão são detidos por mulheres. Ao nível de emprego, o setor terá registado um ligeiro crescimento de 2% no último ano, com as 126 empresas ativas e cuja atividade está relacionada com a comunicação, relações-públicas e public affairs a empregarem 1.276 profissionais em 2023. O gasto em remunerações foi de 28,8 milhões de euros, o que em média se traduz em 22,5 mil euros por colaborador.
Estes são alguns dos dados do estudo “O Valor da Comunicação”, desenvolvido pela Informa D&B para a APECOM – Associação Portuguesa das Agências de Comunicação, apresentado esta segunda-feira.
De acordo com o estudo, o setor das empresas de comunicação, relações públicas e assuntos públicos (public affairs) terá apresentado um total de vendas de 132,3 milhões de euros no último ano, dos quais 19,2 milhões de euros são exportações. Este número deve traduzir um crescimento de 7% em relação a 2022, estima a a APECOM.
Destas 126 empresas, 20 ainda não apresentaram os seus resultados de 2023 tendo, por esse motivo, sido consideradas nos dados globais as últimas contas divulgadas (2022). “Para efeitos de comparação dos mesmos a nível de variações, foi usada a mesma realidade da amostra, ou seja, 106 empresas. Assim, no que respeita a volume de negócios, considerando a amostra comparável, o setor registou um crescimento ligeiramente superior, na ordem dos 8,6%”, alerta a associação.
As exportações do setor terão registado um crescimento de 3,2% para 19,2 milhões de euros (15% do volume de negócios total), num total de 71 empresas exportadoras. Considerando a amostra das empresas que apresentaram resultados nos dois exercícios, o crescimento registado em 2023 situa-se um pouco mais acima, na ordem dos 5%, prossegue a APECOM.
No que respeita a lucros, as 126 empresas deverão ter registado um total de dez milhões de euros, um crescimento de 5,3% quando comparado com 2022. Fazendo a análise apenas das empresas que apresentaram resultados nos dois últimos anos, o crescimento dos lucros foi na ordem dos 8,8%.
“Os dados do estudo da Informa D&B para a APECOM demonstram assim que o setor de comunicação em Portugal continua dinâmico, embora com um crescimento mais moderado em relação aos dois anos anteriores“, destaca a APECOM.
O estudo refere ainda que quase das 40% das empresas esteve em expansão durante os últimos 4 anos e que 56% das empresas tem um nível de resiliência financeira elevado e médio-alto. Dois terços das empresas têm em média 15 anos, revelando um setor adulto, e 54% do volume de negócios gerado tem origem no segmento de pequenas empresas, revela também a análise. Das 126 empresas do setor, apenas 18% são empresas familiares.
O setor de comunicação depende cada vez menos da contratação pública, com apenas com 186 contratos, que representam apenas 8,3% do volume de negócios, refere ainda o estudo anual.
“Este estudo demonstra um crescimento em todos os indicadores económico-financeiros e mesmo considerando uma estimativa conservadora, podemos concluir que o retrato do setor é positivo. A APECOM continuará a desenvolver o trabalho de valorização do setor. A nossa postura é cada vez mais de transparência e, sendo um setor estratégico e tão importante para a gestão das empresas e consequentemente, para a economia e para a sociedade, queremos que a transparência comece ‘em casa'”, afirma citada em comunicado Maria Domingas Carvalhosa, presidente da APECOM.
A responsável alerta ainda para a disparidade de CAE’s utilizados pelas empresas do setor, que dificultam a produção de estudos de uma forma mais automática. “Acredito que, com o tempo, e com a ajuda das entidades públicas e das empresas do setor, vamos conseguir ultrapassar essa questão. Se há setor que tem de dar exemplo no que toca à transparência é o nosso”, conclui a responsável.
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