Portugal afasta “cenários b ou c” sobre bazuca europeia. “Temos de fazer tudo para se concluir as negociações na próxima semana”, diz Leão

O ministro das Finanças afastou a existência de "cenários b ou c" perante o bloqueio da Polónia e Hungria e meteu as fichas todas no Conselho Europeu da próxima semana.

O ministro das Finanças afastou esta quinta-feira a existência de “cenários b ou c” na União Europeia para contornar o veto da Hungria e da Polónia ao fundo de recuperação europeu e ao Quadro Financeiro Plurianual (QFP) 2021-2027. João Leão disse que Portugal está focado na resolução do problema na reunião do Conselho Europeu, órgão que reúne os líderes dos 27 Estados-membros, para que a ‘batata quente’ não passe para a presidência portuguesa do Conselho da União Europeia.

“Temos de fazer tudo para concluir as negociações na próxima semana”, disse Leão numa conferência de imprensa conjunta com o ministro das Finanças, Bruno Le Maire, em Lisboa, após um encontro sobre a presidência portuguesa do Conselho da União Europeia, referindo que espera que tal aconteça. “Seria um sinal muito importante, de união e de confiança para toda a Europa, fechar este acordo na próxima semana“, acrescentou.

Caso contrário, o ministro admitiu que o tema passará para a presidência portuguesa do Conselho da União Europeia que se inicia a 1 de janeiro de 2021. A questão que se coloca atualmente em cima da mesa é se poderá haver uma outra opção europeia que deixe de fora a Hungria e a Polónia.

O Financial Times avançou esta quarta-feira que a Comissão Europeia está a preparar o trabalho nesse sentido, mas oficialmente nada está confirmado. O Politico avança que a presidente da Comissão, Ursula Von der Leyen, admitiu esse cenário numa vídeo chamada com o presidente do Parlamento Europeu, David Sassoli.

Apostado em colocar pressão nos dois países que estão a bloquear o acordo, o ministro das Finanças português garantiu que “não há neste momento cenários b ou c”. “O que há é o cenário que está em cima da mesa e que tem de ser concluído na próxima semana”, disse, argumentando que “é fundamental para todos os países europeus, incluindo a Hungria e a Polónia” ter este dinheiro para a recuperação europeia. “Todos precisam do dinheiro para financiar a inovação”, reforçou Bruno Le Maire.

Nos últimos dias, os responsáveis europeus e António Costa têm feito declarações nesse mesmo sentido. “O próximo Conselho Europeu tem de aprovar os mecanismos necessários” para que a bazuca europeia contra a crise pandémica seja aprovada, disse o primeiro-ministro português, após um encontro com o Parlamento Europeu, garantindo que “não há plano b” ao acordo que existe e alertando que a alternativa “significa paralisar a generalidade da atividade da UE, desde logo a política de coesão”.

Tanto o ministro das Finanças português como o ministro das Finanças e da Economia francês, Bruno Le Maire, mostraram-se confiante de que a recuperação europeia será “rápida” — existindo um otimismo relacionado com a implementação da vacinação em toda a Europa nos próximos meses –, mas para tal será necessário haver acordo sobre o fundo de recuperação europeu, até porque a incerteza continuará a fazer-se sentir.

João Leão também revelou que em abril haverá uma “grande conferência” em Lisboa sobre a implementação dos planos de recuperação europeus. Será nesse mês que o Governo português (e o dos outros Estados-membros) terá de entregar a versão final do Plano de Recuperação e Resiliência (PRR) à Comissão Europeia. Isto se houver acordo com o fundo de recuperação.

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