Fábrica portuguesa de antenas da Continental pode ter incentivos fiscais

O projeto conta com um incentivo comunitário de 5,6 milhões de euros e, no futuro, poderá vir a ter incentivos fiscais ao nível do programa SIFIDE, ou seja, deduzir à coleta de IRC despesas de I&D.

O investimento de 10,2 milhões de euros da Continental Advanced Antenna Portugal em Vila Real, em consórcio com mais sete parceiros, para além de um incentivo de 5,6 milhões de euros em fundos europeus, poderá vir a usufruir também de incentivos fiscais, revelou ao ECO fonte oficial da empresa.

Em causa está um projeto que vai criar a “fábrica do futuro” e que se compromete a contratar 60 novos profissionais qualificados. Os primeiros passos para essas contratações serão dados em breve. O primeiro ponto foi a assinatura, no final de julho, do contrato de investimento entre a Aicep e as oito entidades envolvidas — Continental Advanced Antenna, Up Motion, Neoception, Follow Inspiration e quatro entidades não empresariais Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro, Universidade do Minho, Universidade do Porto e INESC TEC – Instituto de Engenharia de Sistemas e Computadores, Tecnologia e Ciência.

“O projeto envolve um investimento global elegível de 9,1 milhões de euros e com um incentivo global na ordem dos 5,6 milhões, podendo vir a ter no futuro incentivos fiscais ao nível do programa SIFIDE“, sublinhou ao ECO fonte oficial da empresa. Ou seja, o regime fiscal que permite às empresas deduzir à coleta do IRC as despesas com investigação e desenvolvimento.

Apesar do investimento total ser de 10,2 milhões há sempre uma parte que não é elegível para obter apoios do Portugal 2020.

O projeto visa a criação de novo conhecimento técnico-científico de ponta nas áreas das tecnologias de digitalização e computação, cibersegurança, relação simbiótica Homem-Máquina e Homem-Fábrica, integrados com sistemas híbridos. Mas, tendo em conta a sua dimensão, a Continental considera que “nesta altura ainda difícil dizer quais os produtos a serem desenvolvidos primeiro, sendo que o objetivo final é que todas as soluções funcionem em simbiose”. Mas as áreas de recolha de informação, em parte por sensorização e IoT, “serão as de maior foco no início do projeto, bem como a definição da arquitetura e estrutura das linhas orientadoras à execução dos protocolos de cibersegurança”, esclareceu a mesma fonte.

Recrutamento será feito a nível nacional e internacional

O sucesso deste projeto, que foi atingido em cheio pela pandemia, sofrendo “um atraso controlado”, vai depender da qualidade dos recursos humanos. O próximo “passo oficial” — isto porque as várias entidades já estão a trabalhar desde que soube que o projeto estaria aprovado — será a contratação dos recursos humanos a alocar ao projeto, “em especial as entidades do sistema de I&I que estão dependentes da assinatura do contrato para poderem lançar os concursos de bolseiros e investigadores”.

Em causa está “a participação de 150 recursos humanos, incluindo 60 novas contrações de bolseiros e quadros qualificados”, revelou, na data de assinatura do contrato, Miguel Pinto, presidente executivo da Continental Antenna, que já tem mais de 500 trabalhadores, sendo mais de 100 os altamente qualificados.

“Estamos a falar de recursos altamente qualificados (nível 6,7 e 8). Este recrutamento terá de ser obrigatoriamente a nível nacional e possivelmente internacional (como sabemos que tem acontecido em outros projetos deste género), sendo que a nossa expectativa será atrair e fixar recursos nas áreas do interior”, acrescentou a mesma fonte oficial.

Também aqui os fundos europeus se revestem de especial importância porque “ajudam as empresas a criarem internamente um ambiente de qualificação mais avançada a nível da sua força laboral e também criar esse ambiente mais favorável a um ecossistema saudável e frutífero de parceria win win com o sistema científico-tecnológico”.

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