
🏃♀️ Comunicação eficaz: o que os maratonistas podem ensinar às marcas
A comunicação vive um ciclo permanente de planeamento, execução e reinvenção. Trabalhar nesta área é mais do que sprintar atrás da última tendência.
Correr uma maratona exige mais do que a resistência física. Requer estratégia, paciência e, sobretudo, consistência. Afirmo-o na qualidade de maratonista praticante há nove anos com duas maratonas e dez meias-maratonas. O mesmo posso dizer em relação aos profissionais de comunicação e relações-públicas dos meus 30 anos nesta área. Um projeto não se constrói da noite para o dia. A reputação de uma marca ou empresa não depende de um comunicado de imprensa ou de uma campanha viral. O sucesso da comunicação depende da preparação, do planeamento, de definição de metas, bem como, do compromisso diário com o progresso, assim como nos blocos de treino de maratona — mesmo sem aplausos e meta em xadrez à vista.
Ao longo de meses e anos, nós os profissionais de comunicação treinamos competências, ajustamos o ritmo, enfrentamos a imprevisibilidade das crises — tal como os “muros” dos 35 km na maratona — e aprendemos a manter o foco nos objetivos previamente definidos. Em comunicação é mais fácil sermos tentados a distrairmo-nos por atalhos, mas só com resiliência e visão a longo prazo se consegue chegar à meta com impacto, relevância e credibilidade. Uma comunicação eficaz é, no fundo, um exercício contínuo de gestão de recursos, energia, estratégia e confiança. Tal como na corrida, os que melhor resistem são os que se prepararam e os que chegam à meta são os que nunca desistem.
Correr uma maratona é um processo que tem início meses antes da prova. Prepara-se um plano, definem-se os objetivos, há dias bons e, outros francamente maus e difíceis. Por vezes, o progresso parece à primeira vista invisível — outras sentimos que podíamos correr sem parar. O mesmo acontece connosco que trabalhamos em comunicação. Não existem soluções rápidas nem resultados imediatos, sendo necessário consistência, estratégia e uma visão de longo prazo.
Na base de uma reputação corporativa favorável está uma equipa que treina diariamente, que escreve, refina, reavalia, planeia, mede, ajusta e rescreve. O impacto do plano de comunicação raramente se alcança ao primeiro quilómetro — ou na primeira semana. Mas tal como o maratonista confia no processo, também nesta área sabemos como os resultados sólidos exigem tempo e persistência.
Não corremos uma maratona por acidente, da mesma forma que não avançamos para uma campanha de comunicação sem objetivos e metas bem definidos. No desporto de endurance as metas são óbvias, como melhorar o tempo, evitar lesões e terminar a prova. Em comunicação os objetivos podem ser reforçar a reputação institucional, aumentar a notoriedade de uma marca, gerar conversas positivas até conquistar espaço mediático relevante.
Da mesma forma que correr uma maratona exige-nos um treino contínuo (mesmo nos dias em que não me apetece), a comunicação exige disciplina e consistência. Divulgar um comunicado de imprensa e deixar de estar presente, não constrói relações duradouras e impactantes, nem estar nas redes sociais apenas quando se anunciam novidades. As marcas, tal como os atletas, constroem a sua credibilidade com a repetição, coerência e empenho.
Quem corre maratonas ou já correu, sabe o que significa bater no “muro” — aquele momento (normalmente aos 30 – 35 km) em que o corpo nos diz “já não dá mais”. Em comunicação também existem os muros: as crises inesperadas, as campanhas que falham, o ruído digital que abafa a mensagem, e aí, entramos no processo de resiliência ao saber parar, respirar, reajustar a estratégia e continuar.
Ao concluirmos os 42.195 km somos invadidos por um sentimento misto de conquista, euforia e aprendizagem. O mesmo acontece na comunicação em que o desenvolvimento de um projeto é uma oportunidade para aprendermos, medirmos o impacto, recolhermos feedback e prepararmos o próximo desafio. A comunicação vive um ciclo permanente de planeamento, execução e reinvenção. Trabalhar nesta área é, para mim, mais do que sprintar atrás da última tendência. É correr com cabeça e coração, com disciplina e paixão. É confiar no processo e nunca perder de vista os objetivos que defini em equipa. A comunicação é uma maratona, não é um sprint
A minha próxima maratona, para a qual estou há seis meses a preparar-me, será em Chicago no mês de outubro, a minha primeira Major.
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