A arte de equilibrar extremos
Os anjos são a autenticidade a inovação e a responsabilidade que garantem a sustentabilidade a longo prazo; os diabos, representados pela falta de visão estratégica procuram desviar a trajetória.
O mercado em que hoje vivemos é cada vez mais sedento. As marcas lutam pela atenção e preferência dos consumidores. É como que se tivessem num ombro um Diabo e no outro um Anjo. O Anjo, aquele que advoga pela autenticidade, sustentabilidade, saúde mental e lealdade ao cliente. O Diabo, aquele que tenta encruzilhar, fazer os clientes cair em tentações através de estratégias de manipulação subtil. Como participantes nesta encruzilhada, somos obrigados a explorar as complexidades da gestão de marcas de acordo com as perspetivas divergentes.
Não há espaço para marcas que não sejam verdadeiras. Vivemos sobre uma espécie de estado de alerta. Somos cada vez mais. Queremos cada vez mais. E melhor. O cliente de hoje é muito sensível. É preciso adotar uma visão 360º. Ter a capacidade de navegar os mares turbulentos da gestão empresarial significa aceitar desafios e abraçar as oportunidades. Fazer mais. Ser mais. Arriscar mais. Esta é uma gestão que, por ser extremamente frágil, muito frágil, é desafiante. Entre a sustentabilidade, ter uma geração cada vez mais crítica e atenta, a Inteligência Artificial, e a saúde mental como conseguem as marcas sobreviver?
A verdade é que uma grande parte da sua reputação reside hoje no online, o que exige uma abordagem multifacetada, nomeadamente sustentada na inovação. Superar uma reputação construída no digital exige às empresas uma visão mais holística, adotando medidas baseadas em insights dos clientes. Para isso, os líderes devem perceber que estas estratégias permitem o seu crescimento, aumento de visibilidade e antecipação.
A título de exemplo, vejamos um dos casos mais icónicos do ponto de vista da gestão de marca: a Apple. Uma inspiração no que diz respeito à inovação e pioneirismo. Ao longo dos anos destacou-se pela capacidade de construção de uma comunidade leal e é reconhecida pelos produtos que revolucionaram a indústria. Ao privilegiar a simplicidade e a inovação dos seus produtos, manteve uma imagem de vanguarda tecnológica, com lançamentos de produtos altamente empreendedores. Além disso, estabeleceu uma presença consistente e reconhecível em termos de comunicação visual e de marketing, nomeadamente através do seu logotipo.
Esteve, está e estará um passo à frente da concorrência. Inovou, diferenciou, comunicou. Menciono isto como forma de o desafiar a repensar no futuro das marcas, tendo em conta os desafios e as mudanças que os mercados atravessam. Quando refletimos sobre marcas, não basta apenas pensar no momento presente, temos de olhar para o futuro, o que significa uma abordagem multifacetada. Assegurar estes aspetos permite mobilizar a gestão de marcas e a sua sustentabilidade.
Pense, enquanto consumidor: O que o torna mais atento a uma marca? A identidade, a sua comunicação ou os seus produtos? Ao tentar responder a esta questão facilmente perceberá que a gestão de uma marca é um processo sempre em aberto. É preciso, por isso, proporcionar cada vez mais e melhores experiências, que permitam aliar os clientes.
Os anjos são a autenticidade a inovação e a responsabilidade que garantem a sustentabilidade a longo prazo; os diabos, representados pela complacência e falta de visão estratégica, procuram desviar a trajetória. Convido-vos, caros gestores e empreendedores, a refletir sobre o papel que desejam desempenhar na complexidade da gestão de marcas. Optar pelo anjo exige esforço, comprometimento e perseverança, onde os frutos colhidos serão duradouros e benéficos não apenas para a empresa, como o país no seu todo.
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